Daaasssseeeee ….. Mais
um pesadelo esta noite ….
Então não vi o Sócrates
a regressar de Paris para vir comentar num programa da RTP ? … acordei todo
suado.
Estava a ser
entrevistado em Paris pelo Paulo Dentinho enquanto arrumava a mala, em cima da
cama e este, enquanto lhe fazia perguntas, ia-lhe explicando onde se ligava e
desligava o microfone.
“Tá a ver ó colega ?...
é aqui neste botãozinho … é preciso muito cuidado com os microfones, pois às
vezes dizemos umas merdas e esquecemo-nos que estão ligados .. eheheheh”
“Não se preocupe Paulo,
eu não vou fazer exteriores, é só em estúdio e disseram-me que tenho lá malta
para me ligar essas coisas todas … pedi apenas um camarim para poder
descansar e rever as minhas notas se tiver necessidade”
“Olhe… há muito que não
frequento os estúdios da RTP em Lisboa mas, se fosse a si, não ia rever as
notas lá… deixava-as estar no cofre particular do banco … estão mais seguras …
há sempre o perigo de se descuidar e alguém … sabe como é… com os cortes o pessoal anda teso e …”
“Ó Paulo … não são
dessas notas pá !!!!
“Desculpe, não tinha
percebido”
E lá vinha ele … no
Sud-Express foi acompanhado por outra equipe de reportagem que lhe perguntou
quantos cafés bebe por dia, quais os percursos de jogging que fazia em Paris,
se já colocou o Mini à venda no Stand Virtual ou no OLX, … e se ia viver com a
mãe enquanto estivesse em Lisboa.
“Sim, claro … tenho que
ficar em casa de minha mãe … não tenho mais onde ficar … e as saudades da sopa
de puré de feijão com hortaliça da minha velha já apertam … aqueles caldos de
Paris ...”
- nesta fase do pesadelo, creio que me peidei …
as referências à sopa de puré de feijão têm em mim um efeito especial “gasoso” …
e tive mesmo a certeza que me tinha peidado quando fui violentamente atacado, à traição diga-se, com uma forte cotovelada –
Em Vilar Formoso,
quando o comboio parou obrigado por uma manifestação de maquinistas e revisores
que protestavam contra a largura da bitola ibérica, correu a informação de
que José Sócrates viajava no comboio e foi o delírio … ninguém mais quis saber
da bitola ibérica dos carris e estavam apenas preocupados em obter um autógrafo
do novo Doutor de Paris.
Nem o Márocas quando regressou do exílio tinha pessoal tão contente à sua espera.
A muito custo o comboio
lá prosseguiu viagem e chegou já tarde a Lisboa onde era esperado pelo grupo parlamentar
do Partido Socialista, por secretárias da administração da PT, EDP, Expo 98,
pelo vereador da câmara da Covilhã, pelo chefe da estação de Santa Apolónia, pelo responsável das inscrições da Meia-Maratona de Lisboa, pelo “Securitas” do Freeport … todos acotovelando-se na expectativa de receberem
um aperto de mão, um abraço … mesmo um aceno já seria bom.
Incentivado pelos
gritos da pequena multidão a que se tinham já juntado 19 taxistas que estavam
estacionados em segunda fila à porta da estação, colocou o boné do chefe da
estação, subiu para cima duma palete de latas de tinta de 15 litros, Robbialac
Mate para Interiores e Exteriores Antifungos, de fácil aplicação com rolos "gota-a-gota" e ia começar a discursar …
O pesadelo foi
interrompido porque chegaram os meus filhos de mais uma noitada de moina …
respirei fundo, olhei para todos os lados para ver se não vinha nenhum comboio que me atropelasse,
levantei-me e fui fazer uma mijinha …
Um gajo sonha cada
merda… ainda bem que nada disto é verdade !!!!
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