Tribunal de Contas Europeu impede Estado Português de abrir turmas de início de ciclo (5º, 7º e 10º anos), nas Escolas "Públicas"
A justificação, segundo fonte daquela instituição, é o não desbaratar dinheiro público aplicando-o onde se mostre mais barato, eficiente e igualmente competente.
Vejo que o tema dos contratos de associação "pegou" aqui no blog.
ResponderEliminarPor não ver qualquer comentário em "contramão" com o sentido do seu autor, vejo-me na obrigação de, mais uma vez, contrariar esse sentido.
Vistas as coisas pelo lado de quem tem, ou teve, filhos em colégios particulares, a coisa parece inexplicável: então vai-se acabar com os almoços e confraternizações dos pais com os colégios, cujos diretores sabem os nomes dos filhos, que têm muito bons resultados, and so on...
A resposta pode não parecer obvia, mas sim!
O que sucede é que a questão foi desde o início - não vem do governo anterior, mas o mesmo acentuou-a - mal gerida. Do que decorreu, entre outras coisas, a existência de inúmeros professores do ensino público com horários "zero" (para quem não saiba, estes professores, apesar de não terem alunos, porque não se matricularam na escola pública, são mantidos no sistema à custa dos impostos daqueles que os pagam, pela simples razão de que essa não é uma causa de despedimento, apesar das tentativas do governo anterior em os "escovar" através do sistema da "mobilidade".
Os posts anteriores partem do pressuposto - indemonstrado - de que o ensino particular é de melhor qualidade que o público (então no superior, a diferença é abissal!).
E, por outro lado, que deve ser garantida a liberdade de escolha do estabelecimento de ensino. Nada contra, desde que quem escolhe tenha possibilidade de financeiramente suportar essa escolha.
Podemos desenvolver, mas mais logo...
Um abraço
Em primeiro lugar o meu agradecimento por ter comentado.
EliminarDepois e porque temos, creio, visões diferentes sobre o tema "Estado-Privados" tenho a dizer-lhe que sou daqueles que acha o Estado um mau "patrão".
Dou graças, todos os dias, por ter sempre trabalhado em empresas de iniciativa privada. A meritocracia era o pêndulo das avaliações, as melhorias profissionais e pessoais eram estimuladas e devidamente recompensadas se a isso houvesse merecimento.
Nada me choca que o Estado pegue em 100.000 euros e os entregue a uma "Escola Pública" e igual montante a uma "Escola Privada" e diga: Agora desenrasquem-se !!!
Seria interessante ver no que resultava.
Quanto aos professores com horário zero, como diria um conhecido meu "... temos pena" ... provavelmente pouco ou nada fizeram para ganhar "fregueses" e estes, como não os tenho por parolos, escolheram, e bem, a melhor escola (pelo menos na sua opinião)
Não quis dizer (e o se o fiz peço humildemente desculpa pela involuntariedade) que uma escola é melhor que a outra... nada disso... irrita-me mesmo perceber que se estão a jogar uns contra os outros (prof's publicos contra prof's dos privados e vice-versa). O que quero dizer é, e digo-o com toda a clareza:
Se me obrigam a pagar impostos, que apliquem o meu dinheiro na melhor relação preço/qualidade... tão só.
Não queria estar disponível para pagar coisas "públicas" só porque são ideologicamente da moda, mesmo que ineficientes.
Aceite, por favor, os meus cumprimentos e mais uma vez, grato pelo seu comentário.
João Rui Pimentel
Vamos por partes:
EliminarPARTE 1: O Estado mau-patrão
É um lugar-comum afirmá-lo, nomeadamente por contraposição com o patrão-privado. Não confundamos as grandezas: não há privado nenhum com a dimensão do Estado e, por isso, não é transponível para a discussão a substância da afirmação em apreço. Daí que muitos gestores que têm muito sucesso no setor privado, se fiquem pela mediocridade quando fazem experiências no setor público.
O que sucede é que, por um lado, pela sua dimensão, o Estado é um patrão impessoal, não "conhece" os seus servidores, não lhes distribui dividendos (como sucedia no setor bancário num tempo em que se mascaravam as contas para apresentar sucesso e... foi o que viu, e o que se vê - só bancos intervencionados com dinheiro dos contribuintes: um exemplo de eficácia do setor privado, sim senhor!);
PARTE 2 - Meritocracia
Existe no Estado, embora suscetível de alguns enviesamentos... Mas, dir-se-á que isso não sucede no setor privado? O que pode aceitar-se é que, para mascarar aquilo que sucede ao nível do topo das hierarquias estabelecidas no setor privado, os níveis intermédios e baixos aparentem uma ascensão baseada nesses princípios - mas é precisamente o que se evita com o estabelecimento de escalões de progressão nas carreiras da função pública!
E não deve esquecer-se que, a partir de 2006 (se não estou em erro), todos os funcionários são anualmente avaliados para efeitos de progressão na carreira e preenchimento das quotas máximas.
O efeito perverso disso é que se beneficia tanto o bom funcionário como o mau. Mas pode dizer-se que isso não sucede no setor privado? Com quantos colaboradores (é assim que se chamam os trabalhadores do setor privado) ineficientes e incapazes já cada um se deparou por esse Portugal fora?
PARTE 3: Escola
A questão aqui é muito mais sensível - e respostas como "...temos pena" não podem satisfazer os mais exigentes (refiro-ma aos que conseguem ver mais além dos seus próprios interesses e pontos de vista).
Se não sabes o que é um professor com horário zero, eu posso explicar: é a consequência de vários fatores, entre os quais avulta, precisamente, o movimento (ideológico?), sem preocupações, de transferência para os estabelecimentos privados de ensino de alunos sem esgotar o que a sra. secretária de estado da educação denomina "capacidade instalada". A consequência disso foi - e é -, porque o Estado não pode despedir servidores por facto imputável a si próprio, a existência de professores excedentários, sem alunos, a quem pagamos para estarem a fazer... nada. Concordo, os nossos impostos - para quem os paga - não servem para isto, e devem ser usados com a maior parcimónia e eficácia!
E está por demonstrar que o preço/qualidade do ensino privado é melhor que a do ensino público (no superior nem é preciso falar, pois não?).
Abraço
Mais uma vez obrigado pelo seu comentário, é sempre muito bom poder discutir ideias ( e ideais).
EliminarPARTE 1- o estado é um mau patrão.
Sim, penso que sim no sentido em que não estimula, não desenvolve e, face aos resultados, não premeia.
Imagino-me funcionário do estado e sei que serei "promovido" quando completar X anos na categoria Y. depois, sê-lo-ei novamente passados mais uns anos na categoria Y,...
Numa empresa privada (de qualquer dimensão) sabe-se qual o objectivo e o caminho para o atingir e são, geralmente, dadas as ferramentas para a sua obtenção.
Numa empresa privada, CONTA DE EXPLORAÇÃO é um tema que a todos é dado a conhecer para que a estimem, respeitem e, sobretudo, dela cuidem.
No Estado, correndo mal o "negócio", haverá sempre um orçamento suplementar que garanta a CONTA DE EXPLORAÇÃO...
O "que se lixe, isto não é meu..." só é possível no estado sem ser sancionado.
As "contas mascaradas" são uma responsabilidade do "patrão" ou em que ele delega. Não podem ser assacadas aos seus diligentes colaboradores as responsabilidades por isso. É, infelizmente, mais um caso em que a nossa justiça não consegue "entrar"... em minha opinião, para além das sanções por esse e outros crimes (há-de haver uma qualquer tipificação na lei para isso), os beneficiários dos lucros das empresas (no caso, dos bancos) deveriam ser chamados a compor a CONTA DE EXPLORAÇÃO quando o saldo é "PREJUÍZO".
No meu negócio de família, o lucro é, tal como o risco, evidentemente, aplicado na "famiglia" ... os prejuízos, esses, são a "famiglia" que os suporta. :)
PARTE 2 Meritocracia
Pois é, caro Luís, a avaliação existe e, assim, mais valia não existir. tanto quanto sei, há "quotas" para as várias classificações e isso, só por si, é já um importante enviesamento.
Se as avaliações forem feitas conscientemente, avaliando (passe a redundância) a vertente profissional do "colaborador" (sim, é este o termo usado na maior parte das empresas) não é apenas mais uma das tarefas chatas que têm que ser feitas.
no meu caso, ao longo da minha carreira profissional, durante vários anos tive o "incómodo" de avaliar... se nivelasse por cima para não aborrecer os menos capazes, estaria a prejudicar e a diminuir o mérito dos que mais se esforçavam... faço-me perceber? dar MUITO BOM e BOM a todos os camaradas da secção é porreiro e não causa chatices :)
Infelizmente há colaboradores ineficientes e até pouco simpáticos com os seus clientes ... se eu fosse patrão, se tivesse esgotado todas as tentativas de desenvolver o colaborador no sentido da sua melhoria, ... pena a inflexibilidade das leis laborais :)
continua....
PARTE 3 Escola
ResponderEliminarNão sou dos que advogo maior qualidade na escola pública ou na privada. tal como há pediatras pedófilos e bancários gatunos, há professores dedicados e outros menos... é uma opinião pessoal que mantenho firme e convictamente.
Não é, por isso também, a razão pela qual defendo Escolas Públicas com gestão privada.
Defendo-as pela fraca gestão do estado (uma vez mais esse malvado... :) )que levou a que a cobertura escolar seja ineficiente... e, se tenho que pagar a escola, com os meus impostos, que pague a que melhor me serve, i.e, a que me está mais perto, a que faz com que os meus filhos cheguem a casa mais cedo, não tenham que se levantar ainda de noite, ... e depois há as tais "questões ideológicas":
Sei que o ano escolar começa no dia X e começa mesmo !!!!
A bagunça das colocações do ME (Estado, outra vez !!!), as greves inoportunas (FENPROF composta pelos servidores dos Estado infelizes e insatisfeitos com o "patrão") e, sim, pelo serviço.
Sem dúvida que sim... não pela qualidade (essa coisa tão difícil de medir) mas pelo serviço.
Poderia apontar alguns exemplos mas fico-me pelos desportivos apenas: O meu filho aprendeu a jogar voleibol na escola. Ele e outras, com a ajuda (tempo e dedicação) dos prof's constituíram equipas, participaram em torneios, campeonatos,... e no DESPORTO ESCOLAR, curiosamente, os melhores resultados eram sempre obtidos pelas equipes dos "colégios privados", esses marotos que são a causa das escolas públicas estarem "às moscas" ...
O "estar às moscas" seria mais uma questão que aqui nos levaria muito tempo e desgaste mas, seria importante perguntar porque, em alguns locais, por aquilo que se vê (não conheço nenhum em particular) com escolas separadas apenas por centenas de metros, a "pública" está vazia.
Fica a questão.
Aceite, sff os meus cumprimentos, com cordialidade e agradeço-lhe, uma vez mais, o ter comentado.
João Rui Pimentel