quarta-feira, 6 de novembro de 2013

RESULTADOS MILLENNIUM BCP




"O BCP, de Nuno Amado, mantém-se no topo da lista dos maiores prejuízos: 597,3 milhões de euros até Setembro, um número elevado mas inferior aos 796,3 milhões do período homólogo"
Correio da Manhã, 05-11-2013

Parabéns a todos os ex-colegas que, com o seu esforço, conseguiram reduzir os prejuízos de 796,3 para 597,3 milhões de euros, nos primeiros 9 meses do ano...

Agora, ao ver estes "números" à distância, vejo confirmada a minha firme convicção que, o sair, foi a melhor coisa que me podia acontecer... isto de andar a trabalhar contrariado, a já não gostar do que fazia (e do que se fazia)...

Estar numa casa em que os caminhos que nos mostram nos parecem desadequados ao destino a que nos propomos, em que as relações laborais se pautam pela permanente desumanizada pressão (e crispação) ... não estou certo que conduzam ao propósito por todos desejado, ... eu incluído pois tenho lá todas as minhas contribuições para o Fundo de Pensões e, se outras razões não existissem, esta seria uma bem válida e bastante actual.

Tenho vindo a acompanhar as notícias sobre aquele que foi o meu trabalho durante mais de 30 anos e, não o consigo esconder, é com alguma tristeza que vejo que a solução é a redução da massa salarial (entre 5 a 10% pelo que leio).

Isto assim dito, até parece bem e "democrático" mas todos percebemos já como são as "reduções de massa salarial". Quem está, confortavelmente, instalado numa qualquer cadeira, em patamar de sossego hierárquico muitas vezes sem que o perfil e o mérito tenham sido as forças impulsionadoras para essa ascensão, ... (mas, isso, são outras "estórias" não é Sr. Bruto Alves?), ficará isento (ou, pelo menos, não sofrerá tanto) dessa sanha redutora de massa salarial.

Se encurtassem a cadeia hierárquica, (demasiado longa, com muitos níveis e patamares) que dificulta a comunicação desde a base até à cúpula, eliminando cargos de director, príncipescamente pagos, cuja única função é "dar na cabeça" aos "espremidos" colaboradores/vendedores, elaborar mapas e mapinhas, gráficos e grafetas, ... que, afinal, só concluem aquilo que todos já sabemos e cujo propósito é querer massificar vendas, dando cabo da relação banco-cliente tão cuidadosa e carinhosamente construída ao longo de anos ...
Uma cadeia hierárquica muito longa apenas serve para "filtrar" as opiniões dos que, na base, no terreno, se apercebem de tudo o que podia ser melhorado ou mesmo eliminado mas, a cultura de "não incomodar nem se incomodar", faz com os "gritos de alerta" não a subam e cheguem a quem tem o poder de decidir.


Interessa é vender ... mesmo que o cliente não compre... e todos sabemos como a linguagem dos gráficos, dos rankings, ... é, digamos, susceptível de muitas interpretações, dependendo do ponto de vista onde nos queiramos colocar.

Tenho pena dos colaboradores mais novos que não tiveram a oportunidade de trabalhar numa banca orientada para os clientes, procurando a sua integral satisfação, oferecendo-lhes soluções adequadas ao seu perfil e não tendo que lhes "vestir roupa que não lhes assenta bem", vendendo-lhes aquilo que, de facto e em verdade, queriam comprar.

"Não são vocês que me expulsam, sou eu que vos condeno a ficar."



4 comentários:

  1. Respostas
    1. Pois... preferia que me dissessem "ó João, não é nada disso, já não é assim, ..."
      Abraço e obrigado pelo comentário

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    2. Com todo o respeito...cada vez sou mais teu fã...

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    3. ehehehe.. obg caro anónimo.
      Sei que o dizer coisas assim "politicamente incorrectas" me trouxeram, por vezes, problemas e chatices mas, a idade proporciona estes pequenos luxos de se poder dizer o que se pensa e não fazer como num qualquer Congresso do Povo ou numa reunião dum Politburo em que o unanimismo não é a mesma coisa que a unanimidade...
      Obg pelo comentário

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