OS ESTADOS DE ESPÍRITO, OS FILHOS,... E OS CRISMAS

Hoje estou assim “a modos que …”

Não tenho domínio sobre o meu estado de espírito … deixo-me levar pela espontaneidade…

Apesar do fim de semana não ter sido mau em alguns aspectos (O Glorioso ganhou, o Porto perdeu … faltou só o Sporting ter perdido mas … fica para o próximo jogo) não estou bem … e bem quero eu dizer, na “forma” habitual que me coloca um sorriso nos lábios sem que tenha que ser eu a colocá-lo de maneira mais ou menos forçada e “plástica”… mas também não estou triste …

Acho que não recuperei ainda do fraco jogo que a equipe do meu filho fez no sábado, … aborreço-me só de pensar que tenho que fazer um tratamento ao ouvido durante X dias e quem me conhece sabe que a minha relação com os medicamentos se resume apenas a apreciar a forma mais ou menos original como vêm embalados e quão colorida é a sua apresentação … não gosto de medicamentos pronto !!! … e isto apesar de toda a gente me dizer “sortudo … a maior parte do pessoal da tua idade já toma isto e aquilo, …”

Concordo com isto que me dizem mas continuo a detestar ter que tomar medicamentos … e então se for “em série” … tipo durante um determinado número de dias … que chatice !!!

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O meu filho fez o Crisma ontem junto com um grupo de cerca de 30 jovens das paróquias de Cernache, Antanhol e S. Martinho do Bispo.

A habitual Family's Photo

Foi o culminar dum ano em que estes jovens desenvolveram várias iniciativas e tarefas ligadas à óbvia religiosidade do tema mas também a outras bem gratificantes e, espero, os ajudem a estar melhor preparados para esta vida cada vez mais merdosa.

Recordo, por exemplo, uns dias que passaram no Telhal, perto de Sintra, numa IPSS de apoio a cidadãos com deficiência mental … experiência marcante e que foi tema de conversa várias vezes em família …

Ontem , na cerimónia religiosa, o celebrante disse que “o Crisma é a confirmação, pelos próprios, do que os pais fizeram por eles no baptismo” …

Nesta foto com o avô, meu pai ... uma relação especial avô/neto

Estive sentado ao fundo da igreja num dos poucos lugares disponíveis que encontrei apesar de ter chegado cedo e donde era difícil, e mesmo com a minha estatura, ver o meu filho. Sentado e sem o ver, apenas lhe reconheci a voz quando foi ler uma passagem do Evangelho e dei comigo a pensar: “o meu João já não é uma criança … aquela voz é de um homem”.

Um pequeno conjuntos de clip's de vídeo da cerimónia

E enquanto a cerimónia se ia desenrolando, foram passando pelos meus olhos imagens dele … bebé, na escola, a brincar, chorando por qualquer dor ou aborrecimento, … e interroguei-me, como o faço muitas vezes, se tenho sido um bom pai e as decisões mais importantes sobre ele têm sido sábias …

Creio que o problema é comum a todos os pais: ter a certeza de que o que fazem é o melhor para os filhos.

Há imensa literatura sobre o tema, sobre a “arte” de dizer NÃO aos filhos procurando fazer-lhes perceber as dificuldades da vida e/ou como forma de os sancionar por comportamentos impróprios ou objectivos escolares não atingidos. O SIM é mais fácil de dizer e causa menos chatices no momento…

Apesar de todas estas incertezas e a par das conversas que, domesticamente, vamos tendo, procuro, pelo exemplo, criar-lhes referências de honestidade, trabalho, sentido de justiça e solidariedade, … a presença de laços familiares fortes de que o seu relacionamento com os avós é exemplo e que, creio, lhes permite ter da vida uma imagem mais abrangente do que é crescer e envelhecer … têm todos estes personagens um papel importante a desempenhar na formação das suas consciências.

Tive filhos em diferentes fases da minha vida e, até ao momento, tenho muitos motivos de orgulho neles ... não por uma qualquer especial aptidão desportiva, académica ou intelectual, mas porque são pessoas com princípios ... "gente da boa", e deixem-me ter a presunção que alguma da culpa é "minha" ...

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