quinta-feira, 12 de abril de 2012

ARTE PURA

POR-DO-SOL: APRECIAÇÃO ARTÍSTICA

Meus caros leitores:

Revelo-vos hoje uma sensibilidade artística até agora escondida e que muitos de vós pensariam que eu não pudesse ter.


Confesso-vos que, desde criança, tenho uma especial atracção pelas mais variadas formas de arte, embora uma predilecção acentuada pela fotografia e pela pintura.
A escultura, apesar de interessante não é, na minha opinião, o expoente máximo de demonstração de sensibilidades, emoções e sentimentos, como a foto e a pintura o fazem na perfeição.


A título de exemplo, trago-vos hoje uma magnífica foto dum por-do-sol de rara beleza e fino recorte artístico.
O desconhecido autor revela pormenores só ao alcance dos bafejados pela sorte de, no seu nascimento, terem sido iluminados pela luz do saber.


Reparem bem no seguinte:


- O envergonhado reflexo da réstia de luz que se esconde por detrás da cabeça da silhueta humana;
- A leve ondulação, de branca espuma, recortada pelo negro das pequenas rochas, em plano secundário da já referida silhueta;
- A tonalidade dourada-morta de fim-de-dia que se confunde com as cores cinza da areia da praia, húmida do constante bater das marés, que se adivinham existir por detrás da figura;
- A leve inclinação para a esquerda da linha do horizonte, que nos levam a encarar o mar como um ser gigantesco que, a qualquer momento, pode subir a terra e tomá-la com o seu enorme poder hídrico, contrastando com a “verticalidade” serena e firme da figura humana ali representada;
- O pormenor apenas notado pelas pessoas mais sensíveis à arte da fotografia de não existir nenhum caranguejo naquela praia o que revela da parte do autor preocupação em que toda a atenção seja focada nos aspectos mortos da cena.
- A perspicácia evidenciada ao não existir, em toda a foto, nenhum vestígio de poluição tão comum nas praias: latas, plásticos, cascas, roupas, … revelando o seu autor uma consciência ecológica nunca demais de realçar.
- Por último, os reflexos de luz de fim-de-dia evidenciados no “morrer calmo” das ondas, desfazendo-se na areia que as acolhe e esconde por entre os seus grãos.

Uma obra de arte sem dúvida.



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