segunda-feira, 30 de junho de 2014

MOMENTO POÉTICO DO DIA


Em noite de feroz inspiração, um poeta foi passear pelo campo e, topando um alentejano que contemplava o luar, disse-lhe:

- És um amante do belo! 
Acaso já viste também os róseo-dourados dedos da aurora tecendo uma fímbria de luz pelo nascente, ou as sulfurosas ilhotas de sanguíneo vermelho pairando sobre um lago de fogo a esbrasear-se no poente, ou as nuvens como farrapos de brancura obumbrando a lua, que flutua esquiva, sobre um céu soturno?

- Ultimamente, não!... respondeu o alentejano pasmado. Faz um ano que não me meto nos copos!!!...


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