Faz duas semanas que faleceu a Lena.
Este tempo que decorreu, permitiu
colocar algumas (poucas) ideias em ordem, tratar de outras tantas burocracias e
tentar adaptar-me ao novo ritmo de vida.
O estar só, depois dos “miúdos” se
terem ido deitar ou ainda a não terem regressado da “noite” começa a parecer-me
normal …
O “tratar da cozinha” é apenas a continuação das rotinas já existentes …
A principal novidade em termos domésticos foi a difícil prova (felizmente
superada) das compras dos produtos de limpeza no hipermercado …
Se era a mim que cabia já essa tarefa e o fazia de “olhos fechados”,
deparei com o problema da escolha dos produtos de limpeza … até aqui tudo era
simplificado com umas notas num papel, na sua letra bonita: “pastilhas Sun 3 em
1; Skip “não-sei-quê”; sal para a máquina de lavar louça; CIF; “lava tudo com”;…
Ainda dizem que as mulheres não fazem falta …
Pois bem, este tempo da sua ausência, tem-me proporcionado uma reflexão
sobre coisas que nos acontecem na vida.
Dei comigo a pensar no significado das palavras PAIXÃO e AMOR e fui fazer
uma pequena pesquisa.
A definição mais comum para PAIXÃO é um sentimento muito forte, em relação
a uma pessoa, objecto ou tema … é uma
emoção intensa, um entusiasmo ou um desejo sobre qualquer coisa.
Por outro lado, AMOR, é o grau de responsabilidade, utilidade e prazer com
que lidamos com as coisas e pessoas que conhecemos.
…. É, pelo menos, o que vem na Wikipédia.
Cá para mim, que não estudei até tão longe, PAIXÃO é um estado de parvoeira
que cega, ensurdece e nos deixa insensíveis à realidade. Fica-se “parvo” com um
objecto ou pessoa de tal forma que se perde a noção do que nos rodeia. É um
estado catatónico por excelência.
O AMOR, esse é mais sublime e purificado …
Está no topo dos sentimentos humanos, bem acima da PAIXÃO, do GOSTAR, do
RESPEITAR, do QUERER, do DESEJAR, da AFEIÇÃO, da COMPAIXÃO, …
O conjunto de todos estes sentimentos, ligados a outra pessoa por um inquebrável vínculo emocional, qual
fibra óptica de alta velocidade, capaz de levar e receber os estímulos que
estes sentimentos geram …. é que é o AMOR.
É, estou certo, a maior de todas as conquistas do ser humano,… esta
capacidade de se relacionar com outrém neste grau de partilha ao nível do mais alto céu.
Para além destes sentimentos, alimentam ainda o AMOR outros comportamentos
como os objectivos e expectativas comuns, os desafios e os desejos, o “bem-querer”
aos filhos, o assumido e partilhado respeito pelos ascendentes deixando-lhes “exemplo”
de amor pelas gerações e sentido de família …
Não podiam igualmente deixar de fazer parte da “receita” do AMOR o carácter
e os princípios, pilares dos nossos comportamentos e pontos cardeais da nossa
posição em relação ao mundo.
Nesta perspectiva, posso com toda a segurança afirmar, que sou uma pessoa a
quem foi dado muito AMOR e, por isso, fui um privilegiado e me sinto feliz.
Obrigado Lena
Meu amigo João. As tuas sempre sábias palavras enchem-nos de emoção. Emoção que logo pela manhã nos faz chorar. À Lena, todos os obrigados serão sempre poucos, por ter sido tão maravilhosa como foi. Beijinhos e continuação de muita força, na certeza do dever cumprido.
ResponderEliminarObrigado Lia... para al+em de bons vizinhos, são excelentes amigos.
EliminarBeijinhos para todos
João
ResponderEliminarParabéns pelo texto e muito pelo conteudo abraço do luis
Obrigado Luís.
EliminarBom amigo que prezo e estimo.
retribuo o abraço