Manhã tranquila numa
aldeia Alentejana. O padre estava em frente da igreja quando viu passar
Antónia, de uns 6 ou 7 anos, pés descalços, franzina, meio subnutrida, ar
angelical, conduzindo uma dúzia de cabras.
Era com algum esforço que a
criança conseguia reunir as cabras e
fazê-las andar.
O padre observava o seu trabalho e começou a imaginar se aquilo
não seria um caso de exploração do
trabalho infantil. Foi conversar com a menina.
- Olá, Antónia. O que estás
a fazer com essas cabras?
- Vou levá-las ao monte do Ti Chico Carlos para o bode as cobrir, Sr. Padre.
- És capaz de me explicar
uma coisa, Antónia! Porque não é o teu pai
ou os teus irmãos a fazerem isso?
- Já
fizeram, mas elas não emprenham... Tem que ser mesmo um bode!
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