terça-feira, 16 de maio de 2017

AVENTURA MARROCOS 2017 - VI





 Neste nosso sexto dia de tour por Marrocos, 5ª feira, saímos de Agoudal cerca das 08:00 depois dum fausto e regalado pequeno almoço no Auberge Afoud.

Como já tinha referido na anterior crónica, considero que este pequeno hotel foi o local onde melhor fomos recebidos, quer pela simpatia e hospitalidade quer pela excelente qualidade do que nos foi presente.
Este pequeno almoço, por exemplo, ficou na retina (e papilas gustativas) de todos ... panquecas caseiras feitas "na hora", ovos recolhidos momentos antes na capoeira "mesmo ali ao lado", doces variados nitidamente de confecção caseira ... e o pão !... ah, o pão !!!!.... uma delícia sem dúvida 😀

Depois de termos aceite a sugestão do proprietário de que o melhor caminho , apesar de querermos ir para Norte, seria voltar um pouco a Sul pela R703 até Ait Hani e depois em direcção a Amellagou pela P7103, havia que abastecer pois algumas da "motoretas" que faziam parte da excursão têm pouca autonomia 😀


E assim foi... tivemos que fazer fila nas "bombas" lá da terra 😀

A R703 nada tem a ver com a R704 que tínhamos percorrido no dia anterior e que provocou algum stress.

Exactamente da mesma categoria (Regional) e absolutamente iguais em mapa, esta é em asfalto, tem curvas largas e bem desenhadas ... apenas têm em comum ser em montanha e partilharem as soberbas paisagens que ainda hoje, estou certo, todos temos na memória. 👍



As paisagens que nos foram sendo dadas de presente foram como que uma recompensa espiritual pelos sacrifícios feitos no dia anterior ... longas curvas que permitiam ver os profundos vales quer à direita quer à esquerda, pequenos segmentos de recta que davam o tempo suficiente para olhar para as montanhas e deliciar-nos com a beleza das curiosas e bizarras formações geológicas.


Percurso de verdadeira montanha, rendidos à estranha beleza da sua aridez, fomos avançando até Ait Hani, pequena aldeia situada no vale do Oued Todhga (Rio Todra)




... sim, o mesmo que uns kms mais a sul passa nas famosas gargantas com o mesmo nome e que, generosamente, concede aos seus habitantes o fértil vale com igual designação.




Em Ait Hani, deixámos a R703 e tomámos a P7103 para Amellagou como previsto ... é uma estrada mais estreita, piso mais degradado e com maior grau de dificuldade ...


Esta estrada atravessa várias pequenas povoações de impronunciáveis nomes mas todas elas com o característico quadro das pequenas aldeias marroquinas ... casas construídas em lama e palha, sem telhados, exíguas aberturas, baixas ... apenas se destacando em todas elas a "torre sineira" das suas mesquitas.




Fomos sempre acompanhando o vale todo ele aproveitado para as culturas locais.



Como creio já ter referido, a experiência ensinou os marroquinos a não fazer mais pontes em locais de enxurrada ... porque simplesmente desapareciam com elas... simplesmente rebaixam as estradas nos locais mais críticos.

Em Marrocos não chove regularmente mas, quando chove é a sério !!! ... chuvas diluvianas provocam enxurradas e catastróficas cheias mesmo em locais áridos e desérticos deixando evidentes sinais da sua revoltosa e irada passagem.



e estas as "verdadeiras" gargantas do Todra ... kms de estrada pelo vale na "sombra" das falésias ...


À maneira que íamos avançando e ao aproximar-nos da concorrida N13, a paisagem ia-se alterando ... a alta montanha dava lugar a planícies mais despidas de vegetação contrastando com o frondoso e verdejante vale que, até ali tínhamos acompanhado.


Há tipos vaidosos com a sua mota e eu sou um deles ... reconheço 😀


Entretanto, uma breve paragem num "estaminé" de olaria marroquino, proporcionou uns agradáveis momentos em que nos foi possível divulgar o folclore e etnografia lusos. 






Paragem em Midelt para almoço, uma vez mais em modo pic-nic com as conservas que levámos de Portugal ... como já referi em anterior crónica, levámos as conservas e as "buídas" e íamos comprando pão e fruta de acordo com as necessidades.

Há várias vantagens neste modo e viajar: a melhor gestão do tempo/distâncias e os menores custos orçamentais da viagem.

Assim "por alto", cada um dos membros da comitiva não gastou mais de 650,00 incluindo combustível e alojamento... os souvenirs não entram para estas contas pois há tipos cujas namoradas/esposas/companheiras são mais exigentes que outras. 😀


Midelt é uma importante cidade da região central de Marrocos e capital da província com o mesmo nome.
Com cerca de 50.000 habitantes faz como que uma espécie de fronteira entre o médio e o alto Atlas.

E assim fomos percorrendo a N 13 em direcção a Meknès, numa zona mais fértil e com agricultura bastante desenvolvida, nomeadamente a do trigo, embora ainda pouco mecanizada.

E o final de dia foi em Meknès, depois de percorridos pouco mais de 430 kms desde o início da jonada em Agoudal.

Meknès é a cidade-capital da província também assim chamada. É uma das chamadas cidades imperiais dada a sua importância histórica tendo mesmo sido capital nos sec. XVII e XVIII.

Ponto de visita obrigatório em Marrocos pela profusão de monumentos e história, merece visita demorada ... o que não nos era permitido porque chegámos já cerca das 18:00 e o dia seguinte, tal como todos os outros, iria começar cedo. 😛

Tratando-se duma grande cidade nem nos demos ao cuidado de marcar alojamento pelo que dois de nós foram a outros tantos hotéis "negociar" o respectivo preço. 😉

E o dia terminou com uma jantarada "à maneira" num restaurante bastante "ocidentalizado" perto do hotel... a "empresa" ainda tinha saldo positivo e foi "à fartazana" 😀



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