3 de Maio, 3ª feira, o dia que ficará na memória de todos nós que embarcámos nesta Aventura Marrocos 2017.
Saímos de Merzouga cedo como habitualmente .... todos os elementos do grupo são cumpridores e ninguém tem que esperar por ninguém ... a maioria de nós já se conhece há uns anos e ... só assim é que as coisas correm bem e apesar dos milhares de kms nunca houve nenhum acidente pois todos cumprem disciplinadamente as regras do grupo ...
Bom... saímos então de Merzouga com destino às Gorges du Todgha e Dadés. Alguns de nós já conheciam e, por isso, achámos que os que nunca lá tinham ido, iriam apreciar aquelas belezas naturais.
Vencemos os cerca de 40 kms até Rissani pela N 13, única estrada por aqueles lados, onde tomámos a N 12 em direcção a Tinghir para as Gorges du Todgha (Gargantas do Todra).
De Tinghir às gargantas são pouco mais de 15 kms em estrada bastante razoável, com curvas "a preceito" a paisagens lindíssimas ...
Em boa parte do seu percurso a estrada acompanha o fértil oásis que o Rio Todra proporciona aos habitantes e é uma delícia observar aquele vale preenchido com rectangulares hortas e culturas.
E para além de nós, havia outros !!!!
A foto de grupo no turístico miradouro entre Tinghir e Ait Oujana.
Estas gargantas naturais escavadas pelo Rio Todra ao longo dos séculos, especialmente na época de chuvas (em Marrocos, quando chove, chove mesmo com violência ... em Merzouga, por exemplo, que é um "deserto", nas cheias de 2005 foram destruídas dezenas de casas, estradas, pontes, ... ), são uma bonita atracção turística ... e justificadamente, em minha opinião.
Vistas estas Gargantas do Todra, voltámos pela mesma estrada (R703) para ir às do Dadés.
Assim, de volta à N 10 e, em Boulmane Dadés, pela R 704 que nos iria "dar água pela barba" nesse dia
Uma paragem nesta pequena cidade para comprar pão e "alcaguoitas"
Esta estrada R704 para as Gargantas du Dadés é em tudo parecida com a R703 para as du Todra ... pelo menos a princípio.
Foto da garganta do Dadés obtida no seu ponto mais alto, no terraço do restaurante lá existente
E a "serpente asfaltada" que é preciso vencer para lá chegar
Bem, mas estas são as "vistas" mais conhecidas destas gargantas ... se se continuar pela R704 ou circular pela R703 ... aí sim, os viajantes terão acesso a paisagens que não mais esquecerão.
Depois do almoço no terraço do restaurante (uma vez mais em "modo conserva, pão e vinho") decidimos continuar pela R704.
Pelo mapa tudo indicava que fosse boa, questionado um motorista de mini-bus que à pergunta se a estrada era boa para motos me respondeu "Par moto? ... parfait m'sieur" ... ... e aí vamos nós !!!
Dali a Agoudal, nosso destino para esse final de dia, eram cerca de 100 kms e, se a estrada fosse mesmo sempre assim ... era "porreiro pá" como diria um conhecido político cá do burgo.
As paisagens era assim ...
Fomos avançando e a estrada começou a estar "cortada" várias vezes para obras que decorriam ... os desvios começaram a ser comuns até que o asfalto desapareceu por completo... embora o piso em terra não fosse mau de todo.
Uma pequena paragem na localidade de M'Semrir para um chá num "estaminé" local ...
Aí, estavam 3 motard's italianos que circulavam em sentido contrário ...
Claro que lhes perguntei se a estrada para Agoudal era boa, ao que me responderam: "a un pezzo di terra, ma ..."
Bem... de pedaços de terra já nós estávamos veteranos e mesmo olhando prás motas deles todas cheias de pó (2 Gs e uma outra trail de que já não lembro a marca), pensei que há malta que umas semanas antes de ir para Marrocos nem lava as motas porque parece bem andar lá e regressar com elas cheias de terra ...
prosseguimos .... e meia dúzia de kms adiante chegámos a um local onde a picada se dividia em duas ... uma para a esquerda e para baixo, mais "calcada" e com piso aparentemente melhor ... a outra, para a direita e para cima, em cascalho, gravilha, pedra, ... em muito pior estado.
Do local, eram estas as "vistas" ...
E o Zé Carlos tinha razão... o que nos esperava era "apenas isto" ...
Muitos kms de péssima pista, piso bastante irregular com pedras soltas, gravilha e cascalho, ... profundos precipícios perigosamente perto de nós ...
Sempre a subir, o ponto mais alto estava a mais de 3.000 metros de altitude... lembrei-me de registar através duma foto ao GPS quando já estávamos a descer ...
Uma pequena paragem na localidade de M'Semrir para um chá num "estaminé" local ...
Aí, estavam 3 motard's italianos que circulavam em sentido contrário ...
Claro que lhes perguntei se a estrada para Agoudal era boa, ao que me responderam: "a un pezzo di terra, ma ..."
Bem... de pedaços de terra já nós estávamos veteranos e mesmo olhando prás motas deles todas cheias de pó (2 Gs e uma outra trail de que já não lembro a marca), pensei que há malta que umas semanas antes de ir para Marrocos nem lava as motas porque parece bem andar lá e regressar com elas cheias de terra ...
prosseguimos .... e meia dúzia de kms adiante chegámos a um local onde a picada se dividia em duas ... uma para a esquerda e para baixo, mais "calcada" e com piso aparentemente melhor ... a outra, para a direita e para cima, em cascalho, gravilha, pedra, ... em muito pior estado.
Do local, eram estas as "vistas" ...
E o Zé Carlos tinha razão... o que nos esperava era "apenas isto" ...
Muitos kms de péssima pista, piso bastante irregular com pedras soltas, gravilha e cascalho, ... profundos precipícios perigosamente perto de nós ...
Sempre a subir, o ponto mais alto estava a mais de 3.000 metros de altitude... lembrei-me de registar através duma foto ao GPS quando já estávamos a descer ...
Percurso muitíssimo perigo mas duma beleza que as fotos não conseguem transmitir ...
Nesta foto, em que me atrasei um pouco, com algum esforço pode ver-se ao longe e já a subir o Narciso com o Zé Carlos logo atrás ....
Nesta foto eu próprio com o Miguel "Postiço" numa pequena pausa para uma foto ...
E de facto foi preciso alguma dose de sorte aliada à experiência da maior parte de nós e do cuidado, responsabilidade e concentração que colocámos nesta tarefa...
Apenas uma pequena queda num dos inúmeros "ganchos" que partiu o poisa-pé esquerdo da Varadero do Daniel, mais tarde reparado em Agoudal.
E eis-nos chegados, já em final de dia ao auberge Afoud em Agoudal, pequena aldeia de pastores.
Recomendo vivamente este alojamento de cariz familiar: Quartos de decoração simples mas limpos, sala de refeições acolhedora, cozinha tradicional marroquina confeccionada pela mulher do proprietário (on parle français) sempre disponível e solícito.
Quando chegámos e nos viu "de volta" da Varadero, logo foi buscar ferramentas e tratou de "remediar" o percalço. 6 Estrelas ******
E depois da reparação, dum reconfortante duche ... o excelente jantar nas famosas tagines locais.
Bem... e depois de jantar, porque havia uma viola, mais ou menos afinada, "cantou-se o fado"
Em resumo, este foi o dia mais intenso, chamemos-lhe assim, desta nossa aventura por Marrocos.
As já nossas conhecidas "gargantas" do Todra e do Dadés numa outra perspectiva .
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