Hoje de manhã lembrei-me como foi interessante a minha vida amorosa na juventude ....
Os "baques" de coração que quase me fizeram cair fulminado no caminho para a escola, ao ser acompanhado por "ela", a alegria no recreio da escola por me preferir para sua companhia no jogo do "mata", os sorrisos que o piscar de olhos da "namorada" daquela quinzena me provocaram, as lágrimas de desespero por saber que não era mais o preferido "daquela estúpida" que, de repente, naquele Inverno, tinha ficado perdida de amores por um qualquer outro colega menos ranhoso que eu ...
Lembro-me das "cartas" e dos "bilhetes" que na escola primária se escreviam confessando amores e partilhando desgostos por falta daqueles, dos "desenhos" que se ofereciam ás amadas daquela semana ... com alguma sorte e perseverança, daquele mês ...
Das flores que se colhiam sorrateiramente no caminho da escola para as oferecer à nossa "especial amiga" e que procurávamos entregar no mais absoluto segredo para não correr o risco de sermos "gozados" pelos colegas ...
Os sorrisos cúmplices no recreio e umas atabalhoadas "piscadelas de olho" faziam funcionar o nosso pequeno cérebro a velocidades inimagináveis ...
Cada um de nós procurava exibir o melhor de si ... alguns, já com bastante jeito para jogar à bola, procuravam demonstrá-lo o melhor que podiam, com gritaria e remates potentes e certeiros ... outros, dados a coisas mais meigas e ternas, desenhavam em papel, com os lápis de cor ou as "ceras", as figuras que a sua imaginação lhes ditava e que o seu coração sabia serem as com mais hipóteses de conquistar os favores da sua amada ...
Era o "despertar para a vida" dos meus 7-8 anos ...
As coisas eram mais engraçadas sem as novas tecnologias hoje disponíveis.
Hoje, os miúdos têm acesso a infindável informação ... basta ir á net, escrever "sexo", clicar e ... uma panóplia de descrições á escolha do interessado ... demasiada talvez se não for acompanhada por algumas conversas dos adultos a enquadrá-la na vida real.
Eu e os meus contemporâneos, haveríamos de aprender quando chegasse a hora ... era assunto que se evitava pois os nossos pais não estavam preparados para nos transmitir nada sobre o mesmo.
E é assim em tudo... há mais informação a circular, o que só por si é bom, claro !!!
Fica a questão: o que fazer com tanta informação? ... mas isso é outro problema ...
Hoje deixo-vos com uma carta duma apaixonada rapariga ao seu amado, pelos vistos muito requisitado pelas suas qualidades muito apreciadas por toda a audiência feminina daquela escola ...
Deliciosa.
O primeiro beijo, o primeiro amor e com ele a primeira desilusão...
ResponderEliminarFilipa Alexandra, sejas tu quem fores, os meus parabéns pela carta, eu com a tua idade nunca tive coragem de escrever uma assim, muito embora tivesse vontade, mas...