Tremoço, um campeão de consumo em todas as esplanadas.
É interessante descobrir que o actual “marisco dos pobres”, foi outrora alimento indispensável nas mesas mais abastadas e simbolizava o dinheiro nas antigas comédias romanas.
Continuando na senda histórica, as propriedades nutricionais do tremoço são explicáveis à luz do desespero de Maria, mãe de Jesus, que quando fugia das tropas de Herodes, perante o barulho denunciador causado pelo tremoço dentro da vagem, lhes rogou a maldição de que o fruto daquele tremoceiro não mataria a fome a ninguém por mais que o comessem.
De facto, o tremoço, à semelhança de outras leguminosas, é muito pouco calórico (um pires possui cerca de 70 kcal), no entanto no que diz respeito ao seu efeito na saciedade a conversa já é outra pois o tremoço possui 17 por cento de proteínas e cinco por cento de fibra, os nutrimentos com maior contribuição a este nível.
Apesar de ser um alimento de origem vegetal, as proteínas do tremoço são de elevada qualidade e digestibilidade com um perfil semelhante à proteína da soja, sendo que a sua combinação com cereais consegue aportar à nossa alimentação todos os aminoácidos essenciais.
Para além deste perfil adequado, existe igualmente uma proteína específica do tremoço que possui propriedades fungicidas e não tem toxicidade para a espécie humana. Esta descoberta efectuada no nosso país abre portas à sua utilização na agricultura biológica, estufas, campos de golfe, entre outros.
Voltando às propriedades nutricionais, o tremoço é muito pobre em gordura e a pouca existente é maioritariamente mono e polinsaturada. Relativamente à sua composição vitamínica e mineral, destacam-se no tremoço quantidades substanciais de ácido fólico, ferro e zinco, sendo que estes dois últimos não abundam em alimentos de origem vegetal. O ponto mais negativo relativo ao tremoço é a excessiva quantidade de sódio que não está presente naturalmente no alimento, mas decorre do sal adicionado depois da cozedura.
Em suma, o tremoço é um excelente alimento de Verão, pouco calórico, altamente saciante e com efeitos benéficos ao nível do funcionamento intestinal, controlo glicémico e diminuição do colesterol. Ainda persiste a ideia que é alimento de pobre?
Nota: estudo publicado por Pedro Carvalho, prof assistente convidado da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U. Porto ... insuspeito portanto, digo eu.
Não perca, nos póximos dias, um estudo sobre os beneficios da cerveja !!!!!
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