OLá a todos .......
Não sabia que título dar a esta crónica ... "Belo Fim de Semana",.... "Fim de Semana na Golegã", .... "Escapadinha à Capital do Cavalo", .... achei mesmo que o melhor seria
por todas as razões.
"Obrigadinho á Bomcar"
No passado dia 7 de Julho, realizou-se na Figueira da Foz o Jantar de Verão da Bomcar, destinado aos motociclistas felizes proprietários de motos BMW, marca da qual a Bomcar é a concessionária para os distritos de Leiria e Coimbra.
É sempre uma ocasião de convívio agradável e que contou mais uma vez com a presença do sempre disponível Luis Porém, responsável da marca.
Como tem sido habitual, há um sorteio entre os participantes, desta vez dum fim de semana para duas pessoas no Hotel Lusitano, na Golegã, do qual eu fui o feliz contemplado ... coisa rara realmente e que a mim me surpreendeu pois não sou um tipo normalmente bafejado pela sorte nestas coisas ... bem, nem nestas nem nas outras, não estejam já a retirar conclusões que venham a revelar precipitadas .... rsssss.
... esta a razão do título
"Obrigadinho à Bomcar" ....
E assim foi, escolhida a data e feita a reserva, tratei de ver na net algumas coisas sobre a Golegã ...
Nunca lá tinha ido e recordo-me que a única vez que lá passei, e ao lado, foi numa das viagens para a concentração de Faro em que escolhi ir pela EN 110 até Tomar, Golegã, Chamusca, etc...
Almoço no Restaurante Lusitano junto ao picadeiro central da vila e bem perto da Lusitanus, uma associação de criadores, escola de equitação, clinica veterinária, etc. etc. etc.... tudo relacionado com o cavalo (é uma coincidência muitas coisas terem o nome "lusitano" na Golegã ... será porque é a capital do cavalo e principal guardiã da raça lusitano?) .
Uma visita às suas instalações onde pude assistir a uma aula de equitação a um grupo de 4 jovens (3 rapazes e uma menina, que estimo com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos) no picadeiro coberto e onde me deliciei com a capacidade de obediência e graciosidade dos cavalos montados pelos alunos ...
Depois da aula, tive curiosidade em ir ver o banho que o professor tinha mandado dar ás montadas pelos alunos ... uma mangueira de àgua a escorrer sobre os seus dorsos e umas vigorosas escovadelas que deixaram mais frescos os 4 belos exemplares equinos.
Passeei defronte das várias boxes onde estavam cavalos dos mais variados tamanhos e cores ... alguns deles belíssimos exemplares pelo seu porte e padrões de pelo ...
E este, com uma franjinha.... todo pipi
Detive-me depois a ver um colaborador a ferrar um cavalo ... coisa que já não via desde a minha infância ... na rua da minha aldeia, havia um ferreiro que "calçava" os cavalos, mulas e "machos", embora nunca tivesse dado tanta atenção ao como se realmente se realizava aquela tarefa de ferrar um animal ... resolvi fazê-lo ali.
E vi o "moço" a limpar o casco do bonito cavalo castanho, depois, com a ajuda dum limatão grosso, desbastar-lhe a parte inferior do casco ...
Pegou numa de várias ferraduras e colocou-a no casco para ver se o tamanho de ambas (ferradura e casco) coincidiam ... teve que utilizar o martelo e a bigorna para, com umas pancadas firmes e decididas, apertar a curva da ferradura de modo a fazê-la coincidir com a largura do casco do animal ...
Um momento em que revisitei a minha infância e em que tive a felicidade de assistir a uma tarefa que, reconheço, não é muito visível para a maior parte das pessoas ...
O Sr. Luis Porém tinha-me "avisado" que o Hotel Lusitano era muito bom mas não dei a importância devida à informação pois admiti que, sendo a Golegã uma pequena vila ribatejana, não teria um hotel cujo gabarito pensamos existir apenas nos grandes centros .., puro engano como constatei e espero poder retratar com esta crónica e fotos.
Uma visita às suas instalações onde pude assistir a uma aula de equitação a um grupo de 4 jovens (3 rapazes e uma menina, que estimo com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos) no picadeiro coberto e onde me deliciei com a capacidade de obediência e graciosidade dos cavalos montados pelos alunos ...
Depois da aula, tive curiosidade em ir ver o banho que o professor tinha mandado dar ás montadas pelos alunos ... uma mangueira de àgua a escorrer sobre os seus dorsos e umas vigorosas escovadelas que deixaram mais frescos os 4 belos exemplares equinos.
Passeei defronte das várias boxes onde estavam cavalos dos mais variados tamanhos e cores ... alguns deles belíssimos exemplares pelo seu porte e padrões de pelo ...
Este com umas trancinhas na crina ....
E este, com uma franjinha.... todo pipi
Detive-me depois a ver um colaborador a ferrar um cavalo ... coisa que já não via desde a minha infância ... na rua da minha aldeia, havia um ferreiro que "calçava" os cavalos, mulas e "machos", embora nunca tivesse dado tanta atenção ao como se realmente se realizava aquela tarefa de ferrar um animal ... resolvi fazê-lo ali.
E vi o "moço" a limpar o casco do bonito cavalo castanho, depois, com a ajuda dum limatão grosso, desbastar-lhe a parte inferior do casco ...
Pegou numa de várias ferraduras e colocou-a no casco para ver se o tamanho de ambas (ferradura e casco) coincidiam ... teve que utilizar o martelo e a bigorna para, com umas pancadas firmes e decididas, apertar a curva da ferradura de modo a fazê-la coincidir com a largura do casco do animal ...
Na bigorna a "fechar" a ferradura ....
Nesta foto, um cravo ...
O Sr. Luis Porém tinha-me "avisado" que o Hotel Lusitano era muito bom mas não dei a importância devida à informação pois admiti que, sendo a Golegã uma pequena vila ribatejana, não teria um hotel cujo gabarito pensamos existir apenas nos grandes centros .., puro engano como constatei e espero poder retratar com esta crónica e fotos.
Um hotel de charme na verdadeira acepção da palavra ... ambiente extremamente acolhedor, funcionários simpáticos e diligentes, aspecto imaculadamente limpo e cuidado de todas as instalações.
Está instalado num antigo edificio de 1924 creio que palácio da familia Relvas adiante mais tarde referida nesta crónica.
Dispõe de duas "alas", a mais antiga no edificio já descrito, com quartos de chão de tábuas corridas, nichos de janela, tectos e portadas românticos, e a nova num edificio contiguo e unido pelos jardins, de arquitectura mais moderna, com quartos espaços e de arrumação contemporânea.
O páteo interior do Hotel, com a recepção em fundo ...
Uma outra vista do páteo sendo a recepção subindo as escadas...
O quarto ...
Outra perspectiva do quarto ...
E outra ainda ....
Vista dos jardins do hotel, da janela do meu quarto ...
Ao fundo, a "ala nova" de quartos .... à esquerda a piscina, spa, ...
Uma sessão de "flutuoterapia" que consiste em flutuar em àgua saturada duma solução eminentemente salina, numa câmara fechada e isolada de sons qb ... nos 45 mts em que estive a "flutuar" relaxei profundamente e, confesso, é uma situação estranha estarmos na àgua flutunado sem esforço ... tentando afundar uma perna, um braço,... e teimosamente regressarem á superfície.
Jacuzzi, sauna, Banho Turco, piscina, .... foi "à ganância" ....ehehehehhehe...e isto sem falar numa massagem de meia hora, realizada por duas jovens com umas "mãozinhas de veludo" ... ui ui .....
A piscina coberta e aquecida...
Ó pramim no jacuzzi ..
A informação sobre a "tal" cabine de flutuação
A sempre dificil e hesitante escolha da ementa ....
Aspecto do restaurante e sala de pequenos almoços ...
Mais informações sobre o hotel podem ser obtidas aqui
Na pacata vila da Golegã as saídas á noite para um turista ocasional, resumem-se a uma ida a pé até à Praça Central, onde está o café-restaurante com o mesmo nome ,a Igreja de N.S.Condeição e pouco mais... um passeio a pé pelas ruas bem iluminadas e de aspecto limpo, por entre as casas baixas, brancas e com faixas amarelas na sua maioria, tão características daquela região....
Como a tarde de sábado tinha sido tão agradável pela utilização das facilidades do SPA, estava previsto que de manhã se pudesse aproveitar o facto da hora do check-out ser apenas ao meio-dia e voltar a "repetir a dose" .... tomávamos um pequeno almoço frugal e iríamos para o SPA ...
Não contávamos que o pequeno almoço, servido na sala do restaurante, e que tinha o aspecto duma grande marquise, toda envidraçada, com um telheiro em madeira e um pequeno terraço defronte do jardim ... fosse tão irrecusável.
Que se dane o jacuzzi e a piscina...vou mas é "atacar" esta coisa calórica e com bom aspecto .... ehehehehehehe
E assim, perdeu-se uma excelente oportunidade de voltar a perder umas gramas na sauna, de fortalecer uns músculos na piscina, de massajar umas peles no jacuzzi ,... em troca da ingestão dumas calorias, empanturrar-me em colesterol , ...
Após o check-out, tínhamos decidido visitar dois local na Golegã que, pelo que tinha lido, deveriam ser visita obrigatória: a Casa Estúdio Carlos Relvas e a Igreja N.S. da Conceição.
Fiquei fascinado com a primeira.
A entrada principal da casa - estúdio Carlos Relvas
Um aspecto exterior, com o frondoso jardim, povoado por inúmeras espécies devidamente identificadas com placas ...
A escada lateral com o varandim em ferro forjado ...
A casa, no seu todo tem mais de 30 toneladas de ferro e de inspiração "Eiffel"
Nesta belíssima foto, com um garboso moçoilo em fundo, podem apreciar
o belo exemplar de indicador esquerdo da Lena .. líndissimo...
Ao que soube, Carlos Relvas, era abastado agricultor e tinha várias facetas: cavaleiro tauromáquico, inventor, músico, sportsman praticante de tiro, esgrima, ... e fotógrafo, sendo esta ultima a que mais o fez ser conhecido em vários países.
A sua casa-estúdio tinha exposto variadíssimo material fotográfico, desde a sala da câmara-escura, com toda a panóplia de quimicos (pós e líquidos) necessários para a sua revelação, livros técnicos da época (estamos a falar dum personagem que viveu no sec. XIX 1838 - 1894), diplomas e prémios, publicações várias, e muitas .... muitas fotografias.
Destaco as fotos integrantes da sua colecção Portugal Lés-a-Lés (cerca de 1866) em que retrata monumentos nacionais procurando chamar a atenção para o estado de degradação em que a sua maioria se encontra.
Por curiosidade e exemplo, obtive fotos do Mosteiro dos Jerónimos, Igreja de Santa Cruz em Coimbra, ....
Para os mais curiosos, mais informação aqui sobre a Casa Estúdio
Mais um aspecto da escada lateral com o ferro forjado ...
A sua casa-estúdio tinha exposto variadíssimo material fotográfico, desde a sala da câmara-escura, com toda a panóplia de quimicos (pós e líquidos) necessários para a sua revelação, livros técnicos da época (estamos a falar dum personagem que viveu no sec. XIX 1838 - 1894), diplomas e prémios, publicações várias, e muitas .... muitas fotografias.
Destaco as fotos integrantes da sua colecção Portugal Lés-a-Lés (cerca de 1866) em que retrata monumentos nacionais procurando chamar a atenção para o estado de degradação em que a sua maioria se encontra.
Por curiosidade e exemplo, obtive fotos do Mosteiro dos Jerónimos, Igreja de Santa Cruz em Coimbra, ....
Para os mais curiosos, mais informação aqui sobre a Casa Estúdio
Após a visita, e já de saída da Vila da Golegã, uma breve paragem na Igreja de N.S.da Conceição (sec, XVI) para fazer umas fotos dos seu portal manuelino ... um belo exemplar do estilo daquela época.
No seu interior, na capela-mor, um conjunto de azulejos do sec. XVII que revestem as paredes e que representam cenas cristãs: O Lava-Pés, A Última Ceia, Os Evangelistas, ...
No seu interior, na capela-mor, um conjunto de azulejos do sec. XVII que revestem as paredes e que representam cenas cristãs: O Lava-Pés, A Última Ceia, Os Evangelistas, ...
Sempre junto ao Tejo, por Vila Nova da Barquinha, Tancos, .... até Constância onde tínhamos previsto almoçar ... mas ainda era cedo, ... ainda estávamos "atestados" do pequeno-almoço e, por isso, decidimos continuar até Castelo de Bode e daí até Tomar onde almoçaríamos.
Depois das habituais fotos na barragem e albufeira, chegámos a Tomar onde, como faço habitualmente em locais que não conheço bem, pergunto a um taxista "onde se almoça bem?" ...
Indicaram-me o Brasinha, restaurante pequeno e simpático, de ambiente familiar .... em Albufeira dir-se-ia "family athmosfere" ... eheheheh... onde valeu a pena ter ido.
Igreja de Santa Cruz em Coimbra, em 1866
Sé Velha em Coimbra, no mesmo ano ...
Rua e Palácio de Sub Ripas em 1880
A praia da Figueira da Foz
Outro aspecto da praia figueirense ...
Uma breve passagem por Almourol, paisagem sempre pitoresca com o castelo numa ilha no meio do Tejo ....
A parte medieval com o seu castelo
A entrada típicamente Manuelina, para a zona de construção mais recente, sec XVI
Apesar de Coimbra e Tomar não serem muito distantes, nunca tinha ido ao Convento de Cristo do que me arrependo depois de o ter visitado …
Trata-se dum monumento histórico, classificado Património Mundial pela Unesco o que dá a ideia, por si só, da sua importância.
Fundado em 1160 por Gualdim Pais, Grão-Mestre dos Templários, ordem religiosa que temos vindo a conhecer mais em detalhe porque alguns autores de ficção contemporâneos a ela têm feito referências (Humberto Ecco, José Rodrigues dos Santos, …)
Passada a época bélica contra Mouros e Castelhanos, o monumento teve um pendor mais religioso e a Ordem de Cristo sucedeu á Ordem dos Templários, esta sim, de cariz militar. Recordo que esta ordem foi fundada ainda no sec. XI e tinha como objectivo a protecção dos cristãos que, após a tomada da Terra Santa, a ela se dirigiam em peregrinação. Após a sua queda, os seus membros fizeram voto de pobreza e converteram-se em monges … daí o aparecimento da ordem religiosa.
Por estas razões, o monumento tem aspectos arquitectónicos de estilos e épocas distintas, desde castelo medieval do tempo da reconquista cristã até a mosteiro religioso com as ultimas intervenções no sec. XVI.
Conhecido principalmente pela Janela do Capítulo, é um exemplo muito especial do estilo Manuelino, gótico com elementos marítimos tem no entanto e em minha opinião, o seu aspecto mais peculiar e interessante na Charola.
A Charola é o núcleo central do mosteiro, oratório dos Templários e baseia-se na Rotunda do Santo Sepulcro em Jerusalém. A sua decoração reflecte a riqueza, á época, da Ordem, com pinturas e frescos de cenas bíblicas, estatuária dourada e sua cúpula bizantina ….
A estranha Charola ...
Esta construção em redondo, foi mais tarde ligada por um arco à igreja manuelina mandada construir mais tarde.
É um elemento estranho para quem está habituado a entrar em templos cristãos e vê a zona do altar ampla …
Mais informações sobre o monumento aqui
Mais informações sobre os Templários aqui
Nesta foto, o tubo dum órgão saqueado pelos franceses numa das suas invasões ...
E não podia faltar a foto do elemento mais famoso:
A Janela do Capítulo
Mais informações sobre o monumento aqui
Mais informações sobre os Templários aqui
Recomendo vivamente a sua visita, com tempo e, de preferência munido de algumas informações que permitam identificar e aos visitantes situar-se no monumento e época…
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