Bom dia pessoal:
Não quero que os meus leitores sejam uns ignorantes ... por isso, trago aqui hoje a este pedagógico espaço, a "estória" do Ano Bissexto.
Ora estejam atentos:
Regulamo-nos hoje pelo calendário Gregoriano, cujo nome deriva do Papa que o oficializou.
No entanto, até chegar aqui, o raio do calendário deu voltas e voltas ...
O problema é por causa dos números inteiros, ou com a sua ausência... a Terra viaja à volta do Sol e demora 365 dias mais quase um quarto de dia ..
Durante 4 anos fazemos de conta que esse quarto de dia não existe... mas, ao fim desse período, acrescenta-se mais um dia ao calendário para "acerto de contas".
Este problema já existia no Antigo Egipto, na Antiga Babilónia ... sem resolução.
Os egípcios foram os que mais se aproximaram ao que nós temos hoje mas sem terem feito as devidas correcções
Júlio César, imperador romano, quis estabelecer um calendário que fosse mais exacto. Apesar do calendário romano ter 12 meses, o ano começava no mês de Março e acabava em Fevereiro ... mas sem ter em conta as diferenças no movimento de translação da Terra em volta do Sol ...
Encarregou um astrónomo grego, que se baseou nos escritos dos egípcios e babilónios, de arranjar um calendário fiável que pudesse ser usado para sempre.
Ele propôs o seguinte:
Vamos ter 12 meses, intercalando-os de 30 e 31 dias excepto Fevereiro, o último mês do calendário romano que terá 29. De 3 em 3 anos acrescentar-se-à 1 dia a Fevereiro e o "acerto" fica feito, ficando Fevereiro com 30 dias.
Muitas reacções se registaram porque acharam que aquilo era demasiado confuso ... e, numa escala de décadas, o desfasamento era grande. Mas assim ficou.
Só que, uns anos depois, o imperador César Augusto exigiu que o mês de Agosto tivesse também 31 dias como o mês de Julho, assim baptizado em homenagem ao imperador Júlio César.
Assim, o mês de Agosto passou a ter também 31 dias ... onde foi retirado o dia com que Agosto ficou a mais?... a Fevereiro pois claro.
Ficámos assim com Julho (imperador Júlio César) e Agosto (imperador César Augusto) ambos com 31 dias ... e Fevereiro com apenas 28 !
Em 1576, o Papa Gregório XIII, por causa dos feriados religiosos que "andavam a dar em doidos" por causa dos desfasamentos deste calendário romano, decidiu acertar o calendário, criando um concílio onde estavam os principais astrónomos da altura.
Nesse grupo, não podia faltar um astrónomo português, que tinha estudado na Universidade de Coimbra com Pedro Nunes.
Foi assumido a 15/10/1583 que o ano tinha 365 dias, de quatro em quatro anos temos o ano bissexto (mais um dia, acrescentado em Fevereiro).
Outra coisa curiosa, com este calendário os anos de século (2.100, 2.200, 2.300, ...) não são bissextos, excepto se forem múltiplos de 400 ...
Esta a razão pela qual 2000 não seria ano bissexto mas, porque é divisível por 400, o foi.
Também por esta razão, o ano de 2.400 será bissexto, apesar de ser "ano de século".
Todas estas contas têm a ver com os "números inteiros" que são uma porcaria !
Curiosamente, quando o Papa Gregório, encantado com estas sugestões dos sábios astrónomos decidiu pela entrada em vigor deste calendário, houve um desfasamento de 10 dias para acerto das contas ...
Como é que Portugal pode encontrar o rumo certo se nem o dia certo consegue encontrar?
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