segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PENSAMENTO DO DIA



SOLIDÃO: A MELHOR COMPANHIA

Tenho, nestes últimos meses, vivido situações que, se não me abateram, não me deixaram mais forte , apesar de uma das célebres frases de motivação dizer precisamente o contrário: “Tudo o que não me mata deixa-me mais forte”.

A doença e falecimento da minha esposa depois duma feliz união de mais de 20 anos, a adaptação a esta “nova vida” de apenas 3 pratos na mesa, do reajuste das adequadas doses de arroz, massa e feijão, das cargas da máquina de lavar roupa, … até ao afinar hábitos de compra no supermercado e dos incómodos e desconfortáveis silêncios do deitar ao final do dia ,... foram a primeira prova, ainda em curso e com constantes testes de resistência cuja superação continua a decorrer e que se espera com aproveitamento quando os exames finais forem marcados …

As promessas e os compromissos, como me foi ensinado pelos meus pais, são pontos de honra e, depois de assumidos, sem qualquer hesitação ou de forma titubeante, devem ser postos em prática … e as que mais importantes fiz a minha esposa foram o tudo fazer para tomar conta dos seus filhos e pais, podendo, assim, partir em paz para onde está, certamente a conferir se o faço como gostaria que fosse feito.

O seu pai adoeceu, de forma grave e de diminuta esperança de recuperação … mais uma vez, só uma intervenção divina de que cada vez mais desconfio por estar zangado com ELE há já algum tempo… não me tem dado descanso pondo-me, todos os dias, à prova não me deixando tempo para "ser eu" de vez em quando… faz-me viver sempre em função “dos outros”, das suas necessidades, problemas e, até, caprichos.

Mais uma vez, cabe-me a mim a responsabilidade de “tratar das coisas”, interferindo até na vontade das pessoas que passaram a depender de mim … mesmo estando zangado e desiludido com ELE, peço-lhe lucidez para as decisões que tiver que tomar, pois a habitual frieza com que decido em stress começa a dar de si… as emoções, como água que ferve, começam a subir e a tomar o lugar do intelecto sempre tão disponível e claro na sua sensatez.

Decido melhor só… os amigos são sempre necessários mas, apesar das palmadas nas costas, do “força pá… estamos aqui”, … é nos momentos de solidão que melhor funciono e resolvo os problemas. Os amigos e as amigas, como que me “distraem” da missão em que estou concentrado … porque não gosto de os “despachar”, divido-me no tempo e no esforço e não me foco no essencial …

A solidão é, muita vezes, a melhor companhia e OS AMIGOS serão, certamente, úteis noutras ocasiões.

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