Olá pessoal:
Mais uma visita cultural organizada pelo Dep. de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, desta vez ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Já o ano passado tinha feito uma visita ao de Santa Clara-a-Velha e ficou aguçado o apetite para esta.
Um grupo de mais de 30 participantes, que ouviu atentamente as explicações da Dra Branca Gonçalves, uma já "velha" conhecida destas lides culturais e que visitou a igreja, o Coro Baixo e os claustros.
Não conhecia o Coro Baixo e foi uma surpresa óptima. O ponto central de interesse é o túmulo original da Rainha Santa Isabel, obra lindíssima que foi mudado do antigo mosteiro, situado mais abaixo, junto ao rio Mondego.
A sua fundação, em 1283 por Dona Mor Dias, uma nobre abastada que estava recolhida em São João das Donas, onde hoje se encontra o carismático Café Santa Cruz, não foi pacífica pois, de certo modo, afrontava os interesses económicos dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e, em 1311, foi mesmo extinto.
No entanto, em 1314, a Rainha Isabel, decidiu reinstalar as freiras Clarissas em Coimbra e, obtendo autorização do Papa, a sua construção começou nesse ano.
Quer Isabel de Aragão quer o seu marido, D. Dinis, eram pessoas mais cultas do que até ali a Casa Real tinha produzido.
D. Dinis foi o primeiro rei a saber ler e escrever e Isabel, educada por seu avô, Jaime I de Aragão, considerado igualmente um rei muito culto, também sabia ler e escrever e tinha algumas noções de alquimia, segredos destinado apenas aos homens à época.
A localização do mosteiro, junto ás margens do Rio Mondego, fez com que, gradualmente, fosse afundando naquele terreno pouco resistente ... o seu túmulo foi mudado para um piso superior para onde mais tarde toda a vida do convento se mudaria também deixando a parte mais baixa ao abandono e tomada pelas águas.
No sec XVII, por ordem do Rei D. João IV, foi ordenada a construção dum novo mosteiro, este que visitei, e em 1677 deu-se a transferência das religiosas e todo o espólio para o novo edifício.
O primitivo mosteiro, dessacralizado, passou a quinta agrícola e, alagado e soterrado a meia altura, degradou-se inexoravelmente chegando ao sec XX em estado de total ruína.
No entanto, em 1910, dada a sua importância, foi classificado monumento nacional e recuperado há alguns anos atrás.
Um bom momento sem dúvida ...
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