"A fúria que muitos sentem em relação à Chanceler alemã Angela Merkel é compreensível. Mas não foi ela a responsável pelo estado a que chegámos, pela crise em que nos mergulharam, pelo enorme endividamento das famílias ou pelos esquemas de corrupção que exauriram as contas públicas"
Paulo Morais, Prof Universitário
Foi Cavaco Silva, e
não Merkel, que enquanto primeiro ministro permitiu o desbaratar
de fundos europeus em obras faraónicas e inúteis, desde piscinas e
pavilhões desportivos sem utentes, ao desnecessário Centro
Cultural de Belém.
Foi o seu ministro Ferreira do Amaral que hipotecou o estado no negócio da Ponte Vasco da Gama.
Foi António Guterres, e não Merkel, que
decidiu esbanjar centenas de milhões de euros na construção de dez
estádios de futebol. Foi também no seu tempo que se construiu o Parque
das Nações, o negócio imobiliário mais ruinoso para o estado em
toda a história de Portugal.
Foi mais tarde, já com Durão Barroso e o seu ministro da defesa Paulo Portas, que
ocorreu o caso de corrupção na compra de submarinos a uma empresa
alemã.
E enquanto no país de Merkel os
corruptores estão presos, por
cá nada acontece.
Mas o descalabro maior ainda estava para chegar. Os mandatos de José Sócrates ficarão para a
história como aqueles em que os socialistas entregaram os principais
negócios de estado ao grande capital.
Concederam-se privilégios sem fim à EDP e aos seus parceiros das
energias renováveis;
celebraram-se os mais ruinosos contratos de parceria público-privada
com todos os lucros garantidos aos concessionários, correndo o
estado todos os riscos.
O seu ministro Teixeira dos Santos nacionalizou
e assumiu todos os prejuízos do BPN.
Finalmente, chegou Passos
Coelho, que prometeu
não aumentar impostos nem tocar nos subsídios, mas quando assumiu o
poder, fez exactamente o contrário.
Também não é Merkel a culpada dessa incoerência, nem
tão pouco é responsável pelos disparates de Vítor Gaspar, que
não pára de subir taxas de imposto. A colecta diminui, a
dívida pública cresce, a economia soçobra.
A raiva face aos dirigentes políticos deve ser dirigida a outros que não à
chanceler alemã. Aliás, os que fazem de Angela
Merkel o bode expiatório dos nossos problemas estão
implicitamente a amnistiar os verdadeiros culpados."
Nem mais, acrescento eu ... só lá vai mesmo à porrada ... volta Otelo que o Campo pequeno até está mais lindo !!!
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