segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

VAMOS A UM SUPOR




Olá rapaziada da boa, minha gente porreira ... 

A propósito da notícia que ouvi hoje na TV, que dava conta que a advogada de Carlos Silva, (o tal amigo do "Sócras" que todos desejariam ter tal a sua generosidade), tinha publicado na revista da Ordem dos Advogados, e que tinha por título "Vamos a um supor", lembrei-me de escrever o seguinte, plagiando o mesmo título:

Vamos a um supor que eu sou um tipo trabalhador, que descontou mais de 30 anos para o SNS, sindicato, serviços de assistência médica, fundos de reforma, Segurança Social, etc...

Vamos a um supor que, do meu ordenado sempre deixei de lado o necessário para pagar ao Estado o IMI da casa que construí, cujo IVA paguei, o IUC dos veículos que possuí/possuo, dos impostos que me lançam só porque trabalho, sabem onde moro, sabem onde trabalho, têm o meu número fiscal, conhecem os meus bens que podem penhorar se eu me atrasar ou faltar com o pagamento duma  multa ou portagem ...

Vamos a um supor que, apesar de todos estes descontos, ainda tenho (ou tive) que pagar saúde a privados porque o Estado não consegue garantir aos seus cidadãos este básico direito.

Vamos a um supor que eu ainda paguei, enquanto os meus filhos eram pequenos, a creches e infantários privados porque o "tal" Estado não tinha estabelecimentos com vagas e disponíveis com horários para receber os meus filhos.

Vamos a um supor que eu acho que tudo isto sucede porque os poderosos que agora se sentem "entalados" são uns aldrabões corruptos que, por terem sido ou ainda serem representantes do Estado enriqueceram de forma criminosa e têm feito com que este Estado esteja cada vez mais empobrecido pelos roubos e desvios desta gentalha.

Vamos a um supor que  a minha reforma será delapidada duma percentagem exorbitante porque têm existido uns malfeitores que se apropriam dos bens do Estado e fazem deste como sua propriedade fosse.

Dito isto, "vamos a um supor" que eu não me importo nada, nada mesmo e até aplaudo, que esta gente seja castigada, obrigada a devolver tudo o que ilegitimamente se apropriou e não me importo também que sejam presos nos aeroportos, paragens de autocarro, apeadeiros de comboios ou até WC's públicos que era onde deveriam estar para o resto da vida a cumprir serviço público, limpando as retretes.

Faça-se justiça e que o dinheiro, uma vez mais, não compre a inocência e o perdão a esta gente. 

Vamos supor que sim...








3 comentários:

  1. A justiça é cega.

    E como tem os olhos vendados, um grupo de tratantes passou-lhe uma rasteira e a pobre encontra-se de joelhos em ferida no chão a tactear à procura da balança e da espada. Enquanto vão à vez chutando os dois objectos para longe das suas mãos os mariolas pulam e saltaricam de alegria em torno da desgraçada enquanto cantarolam em tom jocoso: “Cabra cega, onde estás?”

    É esta a imagem que tenho da justiça.

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    1. Muito bem... eu não diria melhor caro(a) anónimo(a).
      Os legisladores/políticos enredam a justiça em normativos que, de tão confusos, dispersos, contraditórios, ... e de interpretação tão livre que manietam os que têm a responsabilidade de a administrar.
      Sou daqueles que ainda acreditam que os administrantes da justiça o fazem segundo a melhor das interpretações das leis que têm ao seu dispor ... embora isto seja, por vezes, batrante bizarro.
      Obrigado pelo seu comentário.
      João Rui Pimentel

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  2. Assim mesmo, João! Tens 1000 % de razão!

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