Aqui há dias, quando vinha dos copos e subia a avenida, fui abordado por
uma linda mulher, de muletas, só com uma perna, e que, com voz doce me chamava
com alguma insistência.
Era já de madrugada e eu, sem mais ninguém por perto, e apesar e estranhar
aquela cena, abeirei-me da mulher e, só mesmo ao pé dela, pude admirar toda a
sua beleza.
Os seus olhos de azul claro como a água pura das serras, a sua pele doce e
aveludado como um tapete persa acabado de sair da máquina de lavar …
A sua curva de cintura, arrendondada e fazendo a ligação do tronco ás ancas em medidas perfeitas e sublimamente conseguidas...
Mas adiante que o trágico é o que vou contar a seguir.
Ela, que não se expressava em nenhuma língua que eu conhecesse, deu-me um
número de telefone escrito num cartão da PT e, por gestos, pediu-me que ligasse
da cabine telefónica mesmo ao pé de nós.
Feliz por poder ajudar a pobre criatura, foi o que fiz… assim que entrei na
cabine telefónica comecei a sentir-me
enjoado, com náuseas, e, num derradeiro impulso, consegui forças para correr
até ao meu carro que estava estacionado ali perto.
Fui para as urgências do hospital e logo me diagnosticaram uma droga
conhecida por BURUNDANGA que é uma perigosa substância da América do Sul, usada
pelos antigos Índios para acalmarem os macacos
antes de os capar.
Disseram-me que eu tinha tido muita sorte em ter escapado pois têm
aparecido vários corpos de pessoas a quem deram essa droga para lhes retirarem
órgãos , clarinetes e até saxofones, para tráfico.
Ó médico que me assistiu, de origem asiática e há muitos anos no nosso país
a estudar este fenómeno, o Dr. Yrocu Saikaro, disse que a droga actua em poucos
minutos e um pequena dose faz com que uma pessoa se desligue deste mundo.
Entretanto, lembro-me de ter adormecido …
Quando acordei, estava deitado num banco do jardim, ao pé da cabine
telefónica, nu da cintura para baixo e a tipa das muletas já se tinha levantado
e “rapado” os trocos que tinha na minha carteira …
Lembro-me vagamente que as muletas não eram precisas para ela andar porque não tinha nenhuma enfermidade, (tinha mesmo as duas pernas como pude confirmar ao afastá-las, já não me lembro para quê mas ...) e as muletas serviram lindamente para que ela fizesse um “número”
bestial de acrobacia comigo em cima do banco de jardim … também eu acho que
dei, pelo menos, 3 voltas no ar e fiz o pino apenas amparado no polegar em cima duma das
muletas…
Tenham cuidado, mandem esta informação a todos os vossos amigos e
familiares… não deixem aproximar-se nenhuma tipa de muletas e, se o fizerem,
que seja em locais onde não haja cabines telefónicas… acho que é esse o local
mais perigoso e onde costumam fazer essas horríveis maldades.
Sem comentários:
Enviar um comentário