terça-feira, 14 de abril de 2015

A BANCA E OS "PILOTO"


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De vez em quando, faço uma visita a uma qualquer agência do Banco onde trabalhei e, como penso ser normal, pergunto: “então fulano?... e sicrano,… e beltrano”?

As respostas também são do mais normal que pode haver: “olhe, fulano agora está em …”, “sicrano deixou de exercer funções de …", “beltrano foi para um piloto”…

Tudo normal também mas, esta “estória” do “piloto” suscita-me a seguinte reflexão:

Nas grandes empresas, nomeadamente nas financeiras como à que me refiro, os “pilotos” são importantes e servem para “experimentar” novas ideias no terreno. O problema surge quando as consequências desses “pilotos” são o cada vez maior afastamento entre as PESSOAS: as PESSOAS-CLIENTE e as PESSOAS-COLABORADOR.

Lembro-me, assim de repente, dalgumas experiências que consistiam na centralização de determinado segmento de clientes numa plataforma em que, supostamente, seriam melhor atendidos, estariam mais próximos das PESSOAS-COLABORADOR e, melhor que tudo, seriam servidos por verdadeiros especialistas e não pelos “amadores” do balcão, que apesar de próximo das PESSOAS-CLIENTE, de os conhecer há décadas, … não passavam de PESSOAS-COLABORADOR sem as qualificações que o banco entendia como essenciais à manutenção da relação comercial.

Quase todas redundaram em fracassos e afastamentos das PESSOAS-CLIENTE para outras empresas porque, de vez em quando, é preciso falar com alguém a quem se lhe possa olhar nos olhos.

Hoje, de novo a Banca avança em sentido contrário ao que o bom-senso aconselharia, afastando-se das PESSOAS-CLIENTE, deixando por conta dos meios automáticos, do telefone, da internet, … a relação com os seus CLIENTES-PESSOAS …

Os responsáveis de hoje, iluminados por uma qualquer doutrina universitária que lhes foi impingida pelos livros que leram sem lhes compreender o espírito, esquecem-se que o CLIENTE, é a razão de existência das empresas…

Dito de outro modo:posso ter a empresa com melhor branding, melhor produto, melhores pessoas, … se não tiver CLIENTE, estou condenado ao insucesso… apesar de ter feito muitos “pilotos”.

Assim, posso afirmar, cada vez com mais a-propósito e satisfação porque não me reveria nestas empresas:

NÃO SÃO VOCÊS QUE ME EXPULSAM… EU É QUE VOS CONDENO A FICAR. 


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