Saintes (FR) --> Carentan (FR)
Com o “saco térmico” já abastecido de pão, croissants e compotas do pequeno- almoço, saímos de Saintes pelas 07:15 em direcção a La Rochelle que distava ainda cerca de 80 kms.
Mesmo com todos os planos feitos, andámos perdidos pelos verdes campos da Bretanha ainda durante uns kms ... o mapa era desactualizado (desde que o Silva tinha deixado de ser emigrante há muitos anos e ele até já estava reformado !!! e o GPS com os mapas actualizados pelo Zé "Ronaldinho" Campos dava-me cabo dos nervos). Mesmo assim acabou por ser uma experiência interessante pois vimos, bem de perto, a azáfama inerente às culturas da época e pudémos apreciar os trigais em formação.
Embora não nos quiséssemos deter muito tempo naquela cidade, não queríamos deixar de lá entrar, na zona portuária e dar uma espreitadela à Ile de Ré, ligada ao continente por um enorme viaduto … com portagem claro !!!
Prosseguimos viagem então para um dos momentos mais esperados: o Mont Saint Michel.
Entretanto, apercebi-me duma placa indicadora de monumento que referia a existência da catedral de Sonson, em Dol de Bretagne, e sobre a qual tinha lido a propósito de ser uma das mais belas do sec XIII.
Fizémos um pequeno desvio para a pequena vila e, sem dúvida alguma, valeu a pena ali nos termos detido, eram cerca de 11:30 da manhã do dia 2.
Acho uma piada a estas casas ...
E finalmente chegámos ao Mont Saint Michel ... imensos autocarros, inúmeros automóveis, "pleine de voitures", ... indicaram-nos um parking para motos ( a pagar, claro !!!) para onde nos dirigimos e onde estavam já inúmeras estacionadas, com matrículas de várias origens.
Apenas era possível visitar o monumento a pé ou nas navettes/bus que estavam disponíveis ... a pagar, claro !!!.
Aventurámo-nos a pé depois de termos perguntado a uns exaustos belgas quanto tempo se demoraria a lá chegar: 15 mnts para cada lado foi a resposta embora o Silva tenha dito que lhe parecia que o monumento se estava a afastar de nós a cada passo que dávamos em sua direcção... ehehehehe.
Passámos quase toda a tarde visitando o belo monumento, que foi inicialmente um santuário em honra de São Miguel Arcanjo, depois fortificado no sec XIII, integrando um conjunto medieval de cidades fortificadas que tinham como principal missão a defesa dos territórios a elas adjacentes marcando as fronteiras entre reinos. Esta impressionante estrutura recebe mais de 3.200.000 turistas/ano.
Eram já cerca de 17:00 quando regressámos, a pé, ao parking para de novo retomar a viagem e ainda visitar o que fosse possível das "plages du débarquement", outro dos momentos em que depositava mais expectativas.
Mais um "percalço" sacudiu a tranquilidade desta jornada:
Paguei o estacionamento (3,50) com o cartão de crédito na máquina para o efeito, situada à saída, dizendo e exemplificando ao Silva o quão fácil era. A cancela levantou e saí ... o Silva aproximou-se da máquina e esta, talvez solidária com a da portagem de Bordéus, recusou-se a engolir o cartão !!! ... mau !!! ... temos festa outra vez !!!
Apareceu o segurança/cobrador que, sózinho para um parque tão grande, já desesperava com tanta gente sem cartão, sem trocos, ... e nabos.
Após uma acesa discussão em que só faltaram entradas a pés-juntos, o homem disse ao Silva que, se não chegasse a moto à frente, o sensor da máquina não reconheceria a existência dum veículo e não abriria o leitor de cartões ... máquina esperta pensei eu ... ehehehehhe.
Bom... depois de mais umas risadas a propósito deste episódio, seguimos por uma estrada bem secundária (por onde, aliàs, quase sempre andámos e não estamos arrependidos) chegámos à pequena "ville" de Cérisy-la-Fôret onde parámos na praça central e fomos refrescar a garganta com uma bejeca.
É verdade .. foi óptimo pois este simpático sujeito, explicou-nos detalhadamente o que visitar nas praias normandas e acrescentou que, este mesmo fim-de-semana, se estava a comemorar o 68º aniversário do DIA D, com várias realizações, exposições, desfiles militares, um fascinante festival de páraquedismo de militares americanos, ingleses, franceses, belgas, canadianos, australianos, ... e alemães.
"Porreiro pá" pensei eu, "todo o cão tem sorte" pois sem saber também nós tínhamos ido cair de páraquedas naquele fim-de-semana àquele lugar.
Não fazia ideia nenhuma de como aquelas pessoas vivem aquelas recordações e fiquei fascinado.
Existe um sem número de coleccionadores de artigos e equipamentos do tempo da II Guerra Mundial
pelo que, desde a jeeps, tanques, camiões, espingardas, metralhadoras, canhões, fardas, motos, tendas, ... há de tudo e eles fazem gala em os mostrar de forma exemplarmente conservada.
Assim, seguimos até Saint-Mére-Église, onde foi lançada a 101ª de Paraquedistas Americanos no dia 6 de Junho de 1944 que parecia estar em guerra.
Em Saint-Mére-Église e arredores tudo estava tomado pelos participantes e turistas e comecei a ficar algo preocupado.
Afastámo-nos para o interior para a bonita vila de Carentan que creio ter sido a 1ª vila a ser libertada após o DIA D. Aí, numas bombas de gasolina onde abastecemos, a simpática funcionária ligou para o Hotel Kyriad onde lhe disseram que "sim senhora, tinham um quarto" ... nem perguntámos o preço pois estávamos já a ficar preocupados para não dizer desesperados ... cerca de 100,00 "aéreos" custou o quarto ... mas desforrei-me ao pequeno almoço e vim de lá com a "marmita" cheia ... eheheheh
O Hotel de Ville ou Câmara Municipal como por aqui se chama
Estivémos com estes americanos, gento e filhas dum combatente que era tenente-médico e fotógrafo. Muitas das fotos da época a ele se devem e ele próprio está retratado num livro alusivo aos acontecimentos
Depois de jantar, fomos de novo até Saint-Mére-Église que distava cerca de 15 kms e onde estavam a decorrer várias cerimónias alusivas ao Dia D.
Na praça das pequena vila, para onde tivémos que ir a pé pois todas as estradas estavam barradas pela policia, parecia a "feira das tasquinhas" com muitas tendas de "comes-e-bebes", muitos figurantes e público que assistia a um filme sobre o Dia D, projectado numa das paredes da igreja.
Depois de mais um "caneco", decidimos regressar ao hotel para descansar pois, apesar de não termos feito muitos kms nem estarmos muito fatigados, levantar cedo e começar a "rolar" igualmente cedo, facilitava-nos a vida quer porque estava mais fresco quer porque não havia demasiado trânsito.
E o dia terminou "acusando" a minha moto um total de 1.747 kms percorridos até ao momento.
O dia seguinte estava reservado às praias e aos cemitérios alemão e americano e ao que mais nos apetecesse ...
Vídeo de todas as fotos do 2º dia Aqui
As fotos no Picasa Aqui
A compilação dos clips de vídeo Aqui
Mas que viagem magnífica! Arranjou um parceiro à maneira... eheheheheh, daqueles a quem acontecem as coisas mais improváveis...
ResponderEliminarEheheheh ... sim, de facto. Foi uma boa companhia que não ajudava mas também não atrapalhava e estava sempre tudo bem.
ResponderEliminarPuxa....raio do cartão!!!!
ResponderEliminarAh... e é genro, em vez de gento!!! lololo
Viagem fantastica!!!
Ana.
Obg pelo comentário cara leitora.
ResponderEliminarO gajo não foi morto, foi feito prisioneiro.
ResponderEliminarCaro anónimo:
EliminarObg pela correcção da informação que não confirmei mas admito que esteja certa.