terça-feira, 17 de setembro de 2013

POESIA POPULAR




Oliveira de Panelas, conhecido poeta popular e repentista pernambucano, deparou-se certa vez  com um desafio no mínimo inusitado.

Após consertar seu carro na oficina de um amigo e perguntar quanto havia custado o conserto, ouviu do dono que o conserto ficaria de graça caso ele fizesse um verso falando sobre o seu "órgão sexual".

Surpreso e ao mesmo tempo estimulado pelo invulgar pedido, Oliveira resolveu brincar com o seu amigo dono da oficina e descreveu assim o "dito cujo":



 

Essa rôla antigamente

Vivia caçando briga

Furando pé de barriga

Doidinha pra fazer gente

Mas hoje tá diferente

No mais profundo abandono

Dormindo um eterno sono

Não quer mais saber de nada

Com a cabeça encostada

Na porta do cu do dono



Já fez muita estripulia

Firme que só bambu

Mais parecia um tatu

Fuçava depois cuspia

Reinava na putaria

A periquita era seu trono

Trepava sem sentir sono

E sem precisar de escada

Mas hoje vive enfadada

Na porta do cu do dono



Nunca mais desvirginou

Uma mata vaginosa

Há muito tempo não goza

A noite de gala passou

Vive cheia de pudor

Sonolenta e sem abono

Faz da ceroula um quimono

E da cueca uma estufa

Vive hoje a cheirar bufa

Na porta do cu do dono




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