segunda-feira, 22 de abril de 2013

FINALMENTE FOMOS AO LORVÃO !!!!!!

Olá pessoal:

Como de costume, combinaram-se as coisas com uns e-mail, uns telefonemas, ... e às 09:30 acordadas fui ter ao "Moleirinho", local de encontro já habitual para a malta quando fazemos uma passeata.

Já sei como eles são, ... não querem saber de cultura para nada e como só apreciam "comes-e-bebes", tinha aguçado o apetite ao pessoal com o seguinte programa:

- Visita Guiada e "provas" às Caves Quinta das Bageiras 
- Leitão assado no Mugasa
- tarde livre para passear ... (sem lhes dizer que desta vez queria ver se conseguíamos mesmo ir ao Lorvão... depois de tantas tentativas um dia havíamos de lá conseguir chegar ...)




Já lá aguardavam o João Luís que mora ali mesmo perto e o Rodrigues com a  Gracinda, sua esposa, que vieram de Santiago da Guarda, concelho de Ansião.

Cafézinho da praxe para acordar consciências e eis que a malta continua a chegar ...




Cá estou eu com o Rodrigues e o João Luís






E eis que chega o João Machado e a Lídia




e logo a seguir ...
o Artur Freire ... já é a 2ª vez que anda de moto este ano !!!!

e pouco depois chegam o Narciso e o José Francisco "Silva" um bocado atrapalhados porque estavam um tudo-nada atrasados ...


A explicação para tal atraso era simples:


Um inoportuno, veloz e destemido gato, atravessou a estrada quando o "Silva" passou, colocou-se debaixo da moto e, sem o condutor se aperceber, desmontou a mola do poisa-pés lateral ... 
Uma chatice realmente pois o interruptor do descanso lateral não deixa funcionar a moto quando uma mudança está engrenada ...

Não fora o Narciso trazer a "mala de ferramenta" consigo (é enfermeiro e tinha estado de serviço de noite) com duas seringas, 3 compressas, um rolo de adesivo, um pacote de sulfamidas, uma tesoura e um x-ato, não se teriam safo ... mas conseguiram resolver o problema.

O gato, só ao final do dia é que apareceu com a mola mas já não era necessária e tudo tinha sido resolvido sem problemas.




Pouco depois chegou o Luis ... 


E a comitiva de Pombal nos "ferros" ... Manuel e Aida, Adão e Benvinda



Foto das meninas que estão todas elegantes ... Aida, Gracinda, Lídia, Lena e Benvinda.

Bem, e eram 10:00 quando começámos a viagem. Pelo IC2 (EN1) até Coimbra, onde atravessámos o Mondego que, nesta soalheira manhã de domingo, apresentava este aspecto calmo e belo ... tal como a maioria dos seus  residentes mais jovens ainda não tinha acordado.



A caravana no IC numa paragem "semafórica" ...



A chegada à Quinta das Bageiras cerca das 11:00 combinadas ... a viagem tinha sido em ritmo calmo pois apesar da estrada com muito pouco trânsito convidar a acelerar , não me podia esquecer que um dos participantes têm motas daquelas tipo "Cristo-Rei abraça a estrada", tal é a envergadura do guiador ... anda pouco mas é óptima para não deixar cheiro nos sovacos.




Nesta foto, o Rodrigues devia estar a preparar-se para pedir  qualquer coisa à "patroa"...


Aqui o João Machado e a Lídia, numa foto para mais tarde aproveitar para um poster ... o da Srª de Fátima e dos 3 Pastorinhos que têm na sala já tá a precisar de reforma ...


A rapaziada de Pombal já bem dispostos e preparados para a visita quando souberam que ia haver umas "entradas" ... a princípio ficaram tristes pois quando lhes disse "atenção que há entradas" eles pensaram que era preciso pagar !!!!


Uma curiosa prensa de uvas horizontal ..



E duas verticais que, ao que nos disseram, ainda são utilizadas ...



Ó Luís, se tu visses o gato pá !!! - estava o Silva a contar - Não sei como é que conseguiu tirar a mola sem ferramenta nenhuma ... eu e o Narciso com aquela tralha toda vimo-nos lixados !!!!



Entretanto, chegou o Sr. Mário Sérgio, proprietário da Quinta das Bageiras, que nos iria fazer uma visita guiada pelas instalações.

Começou pela sala de visitas onde estão expostos os seus produtos de reconhecida qualidade mundial.

A Quinta das Bageiras, numa conhecida revista da especialidade (Wine Spirits) foi considerada uma das 100 melhores adegas do mundo.
Não me admira esta classificação pois conheço alguns dos seus produtos e são excelentes representantes portugueses na especialidade.
A qualidade da selecção de castas associada aos profundos conhecimentos de vitivinicultura do seu proprietário, fazem desta "marca" uma referência incontornável no panorama dos vinhos nacionais.



Aqui, exibindo uma garrafa de vinagre, produto recente da marca pois o seu envelhecimento demora cerca de 10 anos.



Alguns dos muitos diplomas de vinhos premiados ... e são mesmo muitos tal a qualidade exibida.


Em mais explicações


Não me é fácil descrever o quanto me foi grata esta visita. Tal como todos os outros participantes, pude "beber" do Sr. Mário Sérgio informações sobre o ciclo do vinho que desconhecia e, sobretudo, explicadas duma forma clara, inteligente e só possível a quem domina o tema duma forma que não deixou dúvidas da sua sabedoria a ninguém.

Um grande e genuíno muito obrigado pelo tempo que nos dispensou e pela generosa partilha que amavelmente nos concedeu.



Conjunto de garrafas nos "pupitres" onde é feita a "remoage" ... que consiste em virar e inclinar, de tempo a tempo, as garrafas para que o seu depósito resultante da fermentação, se vá acumulando no gargalo.


Garrafas que dentro em pouco tempo estarão à mesa para delícia dos que tiverem a felicidade de as beber ...


O João Machado a fazer contas: ora, se eu beber duas garrafas por dia, estas dão para ...



A explicação do processo de retirar o depósito das garrafas sem agitar e estragar o líquido ...


A "máquina" de gelo para congelar parte do gargalo e, assim, retirar o depósito ...



O Artur também estava com ideias: "Se isto fosse meu ... era todos os fins-de-semana nos petisco e copos com os amigos"




Pois é... e assim ainda andavas menos de mota !!!!

Entretanto chega o Jorge ... anda a fazer o mestrado não sei em quê e diz que se deitou tarde a estudar ... não sabia que era possível estudar em bares e discos de madrugada... no meu tempo de estudante não era ...



pipos até ao tecto ... fónix !!!



 Eu aqui à conversa com o Sr. Mário Sérgio, excelente comunicador e expert na arte de bem fazer vinhos



Mais uma perspectiva da Adega ...

A determinada altura foi-nos explicado que este é um negócio de família e que já vem de algumas gerações.
A modernização que ficou bem patente na nossa visita, aliada a processos tradicionais que continuam a ser respeitados, confirmam hoje a qualidade da marca Quinta das Bageiras.


E as tais "entradas" que foram servidas com umas garrafas de Rosé Quinta das Bageiras que deliciaram os felizardos convivas...


Tudo à base de leitão ... croquetes e rissóis de carne de leitão e uns fabulosos pãezinhos que são cozidos no forno com a carne de leitão dentro ... uma criação da Confraria do Leitão da Bairrada e que está presente em todas as suas realizações.


Uma explicação final já na "zona" dos alambiques




E o pessoal não se fez rogado e "atirou-se" à comida pois a "malvada" já andava por ali ...




O Luís e o Jorge não são esquisitos ...


Olha aqui pra mim com o Artur e o simpático colaborador da Quinta das Bageiras, Sr. Bernardo.


 Foto de grupo já depois da visita



Chegada ao parque em frente ao Mugasa, reputado restaurante da Fogueira, pelo seu leitão assado à Bairrada



Uma curiosidade. Passámos por uma casa que, no portão lateral, tinha uma placa com esta inscrição:




Agora acrescento eu: os outros ladrões NÃO


No Mugasa, a mesa já posta para o "ataque"....


E ao almoço, o vinho Quinta das Bageiras esteve presente como não poderia deixar de ser ...






Depois do almoço, uma foto para mais tarde recordar ... O Silva, eu próprio e o Luís Camarneiro

Curiosidade: não sabia que a casa real britânica gostava de leitão mas, quando o querem, é o Mugasa que o fornece ... eu só levo os meus amigos para sítios indecentemente chiques ...
Nota: tenho autorização do meu amigo ElísioFJR para utilizar o "indecentemente" sempre que ache que fica bem numa frase

Bom... depois de mais umas lérias, eis que regressamos à estrada. Até ao IC 2, depois em direcção ao Luso pela N235 estrada que, confesso, nunca tinha feito e não sabia ainda o que tinha perdido.
Piso óptimo, curvas excelentes e paisagens muito belas.

Destaco esta ponte ferroviária, já perto da estação Luso-Buçaco, construída em ferro. Portanto, é uma ponte ferroviária de ferro ... que diabo, isto nem está a soar bem mas fica mesmo assim como está ...




A estação do caminho-de-ferro Luso-Buçaco, na linha da Beira Alta



Uma outra perspectiva da ponte ferroviária ... e de ferro !!!! ... espectáculo ...


Eu não vos disse que as paisagens eram bonitas?




Finalmente a chegada ao Lorvão e ao seu famoso Mosteiro ... acho que o pessoal já tinha desconfiado quando passámos por duas ou três placas a indicar "MOSTEIRO DO LORVÃO".


Confesso que tinha alguma curiosidade em voltar a visitar o Mosteiro do Lorvão.

A primeira vez que lá fui foi por mero acaso e enganado por uns "maganos" duns velhotes ...
Passo a explicar:

Jogava então futebol no grupo desportivo da minha aldeia, o famoso e imensamente conhecido, em toda a freguesia, União Desportiva Vilanovense, onde, de forma corajosa mas largamente desajeitada, defendia as redes da sua baliza.

Calhou-nos em sorte para a Taça da AF de Coimbra ir jogar contra o Lorvanense, equipe com a qual nunca nos tínhamos cruzado e não sabíamos onde era o campo.
Ora bem, perguntámos aos tais velhotes onde era e eles indicaram-nos a entrada do hospital psiquiátrico que, na época, funcionava no mosteiro ...

Como diria o Artur Albarran, foi o pânico, o horror, o drama, ... os "malucos" a baterem no capot e tejadilho do carro a pedirem cigarros ... e os velhos a rirem-se lá em baixo ... seus macacos, ... já devem ter morrido todos, .. bem feito !!!!



Aspecto da sua fachada 


A entrada principal para a nave central e local de culto religioso, único propósito para o que é hoje usado, uma vez que o hospital psiquiátrico foi desactivado ... fizeram bem, se já não há malucos, não é preciso ...





A ala que foi dormitório de monges e freiras, uns de cada vez claro !!! .. e mais tarde ala psiquiátrica


Eu estive mesmo lá... mas não na ala acima referida... embora ache que já não falte muito ... eheheheh


Perspectiva do altar-mor e nave central



A grade que separava os monges em clausura dos cristão que assistiam aos serviços religiosos e que é uma verdadeira obra de arte, em ferro e bronze dourado



Aspecto do altar-mor em talha dourada profusamente decorada




Nesta foto, o Dr. José Pisco, responsável pelas visitas e conservação do museu ali existente, explicando a história do Mosteiro do Lorvão.

Trata-se dum dos mosteiros mais antigos de que há conhecimento pois há registos da existência do  Mosteiro de Santa Maria do Lorvão, como é o seu verdadeiro nome, desde o sec VII, e que se crê ter sido por altura da primeira reconquista cristã de Coimbra, em 878 ... esta cidade apenas foi definitivamente tomada aos mouros em 1064.





Uma importante pintura, do sec XVIII, que está a ser restaurada no chão do museu


No museu onde pontificam várias obras, sobretudo de arte sacra, 
dos sec. XII ao XVIII




Nesta foto, pode admirar-se um exemplar raríssimo dum ferro eléctrico, sem data provável determinada por já não ser possível ver o seu nº de série ...


Apelando um pouco à imaginação de todos, quero acreditar que as vestes das mortalhas de D.Sancha e D.Teresa, filhas do Rei D. Sancho I de Portugal e ali sepultadas, foram gentil e cuidadosamente passadas a ferro com aquele exemplar ...



A Lídia a apreciar esta vitrina de artigos religiosos em prata ...

"Ainda bem nada disto é meu .. só o trabalho de andar a polir e abrilhantar esta tralha"



Uma impressionante montra de artigos religiosos, crucifixos, imagens, ... bem antigas e certamente valiosas



E mais louças ... perdão, cerâmica valiosa e bem preservada




O Artur Freire a ouvir com atenção pois no seu estabelecimento de materiais de construção tem lá material para reparar isto tudo ... e já estava a fazer contas de cabeça para dar o orçamento.


Uma das peças mais curiosas e interessantes: um realejo de tubos do sec XVII ...



Um exemplar dum missal Cisterciense do sec XVII



Para quem não sabe, a figura à direita neste quadro é S. Rafael, padroeiro dos motociclistas... senão fosse eu !!!!... cambada de ignorantes !!!


O lindíssimo cadeiral ... dos mais bonitos que conheço da época.


E de novo a grade ... agora num perspectiva mais "close"... embora, no caso, "open" ...


Pormenor do seu trabalho em bronze dourado


O cadeiral de novo ... sinto um fascínio pelos cadeirais que não sei explicar ... acho que, se tivesse vivido naquela época, quem me quisesse encontrar era ali sentado a escrever merdas na net ...


O local onde deveria estar o órgão de tubos principal ... que estava a ser reparado pois havia umas notas meio desafinadas...

Bom.. e depois da visita feita, havia que fazer a foto do grupo, entretanto já reduzido pois o Zé Francisco Silva estava preocupado com a sogra,... e o Jorge tinha que "voltar aos livros" ...


Nada melhor que a entrada principal para fazer a foto de grupo e lá nos colocámos a jeito ... só que quando quis pedir ao Dr. José Pisco, competente e simpático guia desta visita, para segurar a máquina e carregar no botão, este disse que também queria ficar na foto ...
Um problema ... e não havia ninguém por perto... o que nos safou foi ter aparecido o Sr. Aníbal Tomé que, generosa e voluntariamente, se prontificou a fazer a foto do grupo ... 

A minha máquina, confesso, é um bocado complicada, ... tem 2 botões... um para ligar e outro para tirar as fotos e, mesmo assim, ainda há malta que tem dificuldades em trabalhar com ela ...

Bom, mas adiante que o sol já se estava a inclinar para poente e havia que aproveitar a luz... que teimosa e intencionalmente incidia no visor e não deixava que o Sr. Aníbal conseguisse focar o grupo ... para a esquerda, direita, para cima, para baixo, ... esforçava-se para conseguir ver a malta no visor ...

Por graça e ao vê-lo meio atrapalhado, disse-lhe "estamos deste lado" ...
"Ah... tem razão" ... e virou a máquina para si ...
"É só carregar no botão Sr. Aníbal" ....

.... ficou bem não acham ?







"Ora veja se está bem assim se faz favor"
"Está óptimo, muito obrigado mas, já agora, queria pedir-lhe mais um favor ... tirar outra foto do outro lado, pode ser?"
"Claro que sim"





E agora sim, ficou esta ...
Esta malta devia ser proibida de entrar em igrejas ... se há hooligans que se portam mal e são proibidos de ir aos estádios ...




E pronto... foi a já famosa "Visita ao  Mosteiro do Lorvão" que tava a ver que ainda não era desta ...





Como já começa a ser um (bom) hábito, o Manuel Cordeiro traz umas garrafas de ginja, de sua produção ... a sua esposa, Aida, traz uns bolinhos e... é só mesmo arranjar mesa e sombra ...





Bem, e como ainda não me tinha enganado no caminho  muitas vezes neste agradável domingo, enganei-me de novo ao escolher a estrada de regresso a Coimbra ... mas foi um feliz e surpreendente lapso pois tinha inicialmente decidido regressar pela EN110, junto ao Mondego, que já percorremos várias vezes desde há pouco tempo ... acabei por tomar a M536 que foi dar ao Tovim, passando pelas belíssimas paisagens e óptimas curvas do Vale de Canas ... 

Excelente trajecto que nunca tinha percorrido e quer passo a recomendar para "variar" da EN110 e do IP3 ... não se arrependerão concerteza.







E assim foi um dia óptimo, com excelentes companhias com quem é sempre um prazer andar, que partilham com generosidade a sua boa disposição e alegria ... neste caso durante 117 kms.

Como costuma dizer um amigo meu (ElísioFJR): O meu património são os meus amigos e eu sou um tipo indecentemente rico !!!!

Todas as fotos AQUI

Sem comentários:

Enviar um comentário