Olá rapaziada:
O fim-de-semana de 2 e 3 de Julho foi, mais uma vez, de passeio dos LESMAS.
Desta vez, o destino escolhido foi a linda região transmontana de Bragança, Parque Natural de Montesinho e um "saltinho" ao lado espanhol para conhecer o lago de Sanábria.
Saída às 08:30 combinadas da nossa sede em Cernache e esta a foto do grupo que iniciou o passeio.
Pela A1, depois A4 com uma pequeníssima paragem na área de serviço de Águas Santas para reabastecimento e para que se nos juntassem os "sócios" do Porto, ... e de novo a "rolar", estreando o novíssimo túnel do Marão, cujas sensações, dentro dos seus quase 6 kms, são muuuuuito boas !!!!
Em minha opinião, serviu para conhecer e tal ... mas o traçado original do IP4 que atravessa o Marão e serpenteia pelas suas encostas é bem mais aliciante
Uma paragem na área de serviço de Murça para a habitual "trinca" no bolo da Sílvia, acompanhado por um (ou mais... ) copos de jeropiga ...
e cerca de 100 kms depois estávamos a atravessar Gimonde ...
Gimonde, bem perto de Bragança, além da sua beleza natural muito beneficiada pelo Rio Sabor que ali passa em remanso, é também conhecida por ter alguns famosos restaurantes que servem a Posta Mirandesa com reconhecida qualidade.
No entanto, prosseguimos pela N218 durante mais cerca de 10 kms até à localidade de Baçal onde o Bruno, proprietário do Restaurante Lombada nos aguardava.
Disponibilizou uma sala só para OS LESMAS e, enquanto aguardávamos pelo "serviço", pudemos apreciar a coleccção de motocicletas, motorizadas e bicicletas, ... muitíssimo bem restauradas que ali exibe.
Na foto, o Delegado-Geral dos Lesmas na Póvoa do Varzim, Paulo Neves, a tratar de colocar a faixa ...
Momento de boa disposição (mais um ...) no excelente almoço ... Posta Mirandesa e Rodeão, ementa tão característica daquela bonita região de acolhedoras gentes.
Depois de almoço, e porque estava bastante calor (o que se verificou durante todo o fim-de-semana), aproveitamos a sombra e o fresco da esplanada para ficar mais algum tempo a, assim, escapar à inclemência do sol.
Seriam já cerca das 16:00 quando se reuniu a coragem suficiente para retomar o percurso pela N218 e, depois, pela N308 até Rio de Onor.
A estrada proporciona paisagens magníficas e que convidam a um lento andamento de desfrute de todas aquelas montanhas, encostas, vales, ...
Rio de Onor, curiosa aldeia com apenas cerca de 70 habitantes, reparte-se entre Portugal e Espanha e é atravessada pela linha de fronteira, sendo a sua parte espanhola designada Rihonor de Castilha. Os seus habitantes designam-se mutuamente por "povo de cima" e "povo de baixo"
O seu nome deriva do rio que a atravessa, Rio de Onor e que desce das serras Sanabresas, engrossado pelas inúmeras ribeiras que a ele afluem, desaguando ele próprio no Rio Sabor.
É uma das sobreviventes aldeias comunitárias deste egoísta mundo moderno onde ainda se partilham rebanho, pastos, forno, ... e os seus habitantes se entreajudam nas tarefas agrícolas.
Depois de atravessada a fronteira, a belíssima paisagem continua a acompanhar-nos e é um bom prenúncio para o nosso destino.
Não sendo a estrada principal de acesso a Puebla de Sanábria, foi a que escolhi pois sei que OS LESMAS têm um apurado gosto pelo prazer que lhes é dado por conviver com esta natureza de aparência ainda meio selvagem.
e os pouco mais de 10 kms que separam Rio de Onor de Puebla de Sanábria foram percorridos com paisagens como esta e que, infelizmente, as fotos não documentam a real dimensão da sua beleza.
Puebla de Sanábria destaca-se pela beleza e conservação do seu património paisagístico e arquitectónico.
De origens medievais, a povoação é visitada por muitos turistas que ali se deliciam com as "vistas".
No seu ponto mais alto, há várias esplanadas e "verdes com sombra" que convidam a uns momentos de relaxe.
A foto de grupo que se aproveitou para fazer ...
Algumas das suas ruas, limpas e bem conservadas como se gosta
Bom, e depois da visita a Puebla de Sanábria, faltavam-nos ainda cerca de 20 kms para ir visitar (os que ainda o não conheciam) o famoso Lago de Sanábria.
Antes da viagem e depois de ter ouvido alguns amigos que já o conheciam dizer que "aquilo vê-se em meio-dia ou menos...", "é bonito e tal mas tem pouco para ver ...", dá-se uma volta e há lá uns restaurantes ..." nas pesquisas que sempre faço quando tenho a responsabilidade de organizar uma passeata dos LESMAS, descobri mais "coisas" ... e sem dizer nada a ninguém, resolvi surpreendê-los com uma subida à Laguna de los Peces, a cerca de 20 kms do Lago Sanábria, por uma fantástica estrada de montanha, donde se avista o lago sob uma perspectiva até ali de todos desconhecida.
Merece, sem dúvida, a subida "lá acima" para ver toda a beleza do Lago de Sanábria duma perspectiva sobranceira
A Laguna de los Peces é uma pequena lagoa que faz parte de todo um conjunto de lagos glaciares existentes naquelas montanhas de Zamora. Tal como muitos outros, congela nos Invernos mais rigorosos.
E mais uma foto de grupo para não deixar passar a ocasião
E, agora, deixo-vos apenas as fotos, sem comentários para que possam avaliar por vós mesmos ...
A mesma estrada para o regresso (tem que se fazer o percurso em sentido inverso pois é a única estrada ali) e, desta vez sim, íamos ver o Lago Sanábria da forma como é mais conhecido: "ao nível dos pés-na-água"
A estrada em volta do lago (apenas parte dele) dá acesso a algumas praias, restaurantes e bares mas, mesmo no seu términus, existe o que resta da aldeia de Ribadelago que foi devastada por uma enxurrada resultante do rebentamento dum dique no chuvoso Inverno de 1959.
Resultou desta catástrofe a morte /desaparecimento de mais de uma centena de pessoas lembradas neste monumento.
Depois da visita à aldeia, dumas cañas e duns gelados refrescantes, era tempo de regressar a Bragança para um retemperador duche.
O regresso foi feito por uma outra estrada, esta bem mais conhecida, a ZA-925 que nos levou até à fronteira por Calabor.
Depois foi a N103 percorrida até à cidade de Bragança que, pelas 20:00, ainda registava mais de 30º
E assim foi o dia de sábado que terminou no Sabor Brasil, com um fantabulástico rodízio e picanha, servidos com muita simpatia do nosso "irmão brasileiro" JB.
No domingo de manhã, o destino dos LESMAS era Miranda do Douro mas, ao aperceber-me que muitos de nós não conheciam ainda os dois ícones bragantinos, resolvi alterar os horários e fazer uma visita ao Castelo de Bragança e à Domus Minicipalis.
Em boa hora tomei esta decisão que se revelou bem acertada. Eu próprio, apesar de já conhecer de visitas anteriores (mas há cerca de 20 anos) fiquei positivamente surpreendido pelo excelente estado de conservação do castelo e de todo o espaço exterior.
Nele funciona um museu militar com especial incidência sobre a Guerra Ultramarina e, para além do vasto espólio de armamento e outros artefactos sobre as ex-colónias, existe ainda uma réplica da roupa do célebre Gungunhana, o último Imperador de Gaza, hoje o território actual de Moçambique e que impressiona pelo seu tamanho.
Este chefe indígena foi feito prisioneiro por Mouzinho da Silveira que comandou as tropas expedicionárias portuguesas àquele território no Sec XIX.
Vale, sem dúvidas, a visita pelo valor histórico do edifício e pela exposição ali patente, para além dos que apreciam "vistas", dali se observando largas e belas.
E depois sim, foi tempo de voltarmos à estrada para nos pormos a caminho de Miranda do Douro.
De novo pela N308 até Gimonde e aí o "desvio" para a N218 que deslumbra pela sua beleza e traçado.
Mesmo para os mais insensíveis à paisagem, é impossível não se gostar de rodar numa estrada assim !!!
Naquela manhã de domingo quente, e com o sol a fazer brilhar os cursos de água nos rasgadaos e profundos vales transmontanos, a nossa caravana era a "dona" de todas as estradas.
Passagem por Vimioso e aproximávamo-nos de Miranda do Douro ...
O tempo dispendido na visita ao castelo e à Domus Municipalis em Bragança, atrasou os horários previstos em mais de uma hora ... como os milagres são só para os lados de Fátima, a nossa passagem por Miranda do Douro resumiu-se a isso mesmo, a uma "passagem" de mota pelo centro histórico... entrar por um lado e sair pelo outro.
Ficou a promessa à minha dedicada e diligente "pendura" Ana Lima, de ali voltar com mais sossego porque, efectivamente, vale a pena uma visita não só à cidade mas a toda a região envolvente, nomeadamente alguns dos miradouros nas fragas do Douro, ali um selvagem rio que corre em profundas vales de escarpas desenhadas pelas suas apressadas águas.
E fomos visitar não um mas dois desses miradouros.
O primeiro, da Freixiosa, de difícil acesso, em estrada de terra batida com inclinação e "cotovelos" que desaconselharam a que se prosseguisse até ele.
A paragem seguinte seria no Miradouro do Picote, este já mais conhecido de alguns de nós.
De mais fácil acesso foi-o, no entanto, também por estrada de terra batida... o que vale é que a minha GTSL está preparada para tudo isto e não renega qualquer caminho
Tal como o da Freixiosa, a paisagem é deslumbrantemente arrebatadora ...
Feita a visita e as respectivas fotos para o albúm das recordações era tempo de nos dirigirmos a Mogadouro, o que distava ainda pouco mais de 30 kms... mas eram já quase 13:00 e pusemo-nos a andar !!!
O restaurante Primavera do Sr. Manuel está encerrado aos domingos mas, assim que soube que eram OS LESMAS que ali iriam passar, franqueou as suas portas e serviu-nos um bacalhau à lagareiro que ainda está na memória (e paladar) de todos nós.
Aqui fica também uma nota de agradecimento pela excelente refeição e amabilidade do serviço.
E depois do almoço, deixámos que o sol baixasse um pouco mais (estavam bastante mais de 30º) para de novo nos fazermos à estrada e encetarmos o regresso a casa até Alfândega da Fé, onde se separaria o grupo que seguiria pela A4 até ao Porto e os restantes "desceram" pelo IP2.
Em Torre de Moncorvo, alguns de nós desviaram-se ainda para fazer uma visita "extra-programa" a Almeida e que teve direito a separada crónica já publicada AQUI
Bom, em resumo pode afirmar-se que este passeio, por locais de inquestionável beleza mas que eu próprio não conhecia ainda e, por isso, me causam sempre algum stress pela responsabilidade de levar "convidados" para locais a que sou estranho, ficará na memória de todos pela gastronomia que me atrevo a qualificar de EXCELENTE, pelas rotas e paisagens que considero SOBERBAS e pela camaradagem e convívio que acho que foi FANTÁSTICA.
"Mais um que fica para a história dos LESMAS" como alguém, visivelmente satisfeito, costuma dizer
Como de costume, todas as fotos na página do facebook dos LESMAS GRUPO MOTARD
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