Olá companheiros motard's e restantes leitores, senhores e senhoras, caríssimos ouvintes:
Há muito que OS LESMAS tinham nos seu propósitos fazer um lés-a-lés parecido com o "outro"... só que este, sem horários, sem itinerários, sem postos de controle, ... a única condição pré estabelecida era fazer o que nos apetecesse.
Combinadas as coisas com os participantes, escolhidos depois dum rigoroso processo de selecção, não conseguimos partir às 09:00 determinadas pois uma lamentável falha organizativa esqueceu-se de avisar os postos da GNR por onde passaríamos e avisou apenas os tascos ...
Assim, saímos já passava das 10:30 ... e eis os felizes participantes
Ilídio, João machado, Fernando Narciso e eu próprio
A organização esteve neste caso muitíssimo bem pois foi dado a todos um envelope com um papel com dois destinos à escolha:
No qual se devia colocar um X na nossa opção.
Por 3-1, ganhou o SUL com Sol e Bom Tempo mas ainda estou para saber quem foi o otário que votou no Norte
Por 3-1, ganhou o SUL com Sol e Bom Tempo mas ainda estou para saber quem foi o otário que votou no Norte
Rumámos ao IC8 em direcção a Vila velha de Ródão e, ainda na viagem, despimos as fatiotas de chuva que seriam precisas caso o sorteio não nos fosse favorável.
E chegados a Vila velha de Ródão, fomos encomendar a "bucha" ao Mangual, o restaurante da localidade onde Os Lesmas têm avença e fomos procurar um miradouro que sabia existir para os lados da povoação Gavião de Ródão ...
E o que encontrámos, a várias centenas de metros de altitude e depois duma subida fantástica ... foi isto. O Miradouro do Penedo Furado.
... ainda tivemos que suar para chegar ao topo ...
mas devidamente recompensados com estas vistas
estão a ver a estrada de que vos falei e que subia até cá acima ? ... faz aqueles "z's" ?..
Pois bem, ... deglutida a bucha ( solha frita com arroz de tomate e a já famosa omelete), fomos de novo para a estrada, pela N18, em direcção a Nisa.
Aproveitámos e fomos "dar uma vista de olhos" ao sítio onde OS LESMAS irão picnicar no próximo passeio para aquela bonita região.
Aproveitámos e fomos "dar uma vista de olhos" ao sítio onde OS LESMAS irão picnicar no próximo passeio para aquela bonita região.
Depois de conferirmos as competências do lugar, prosseguimos por estradas municipais em direcção a Beirã e, depois, para Marvão.
Marvão é um lindíssimo local que merece uma visita mais demorada. Vila fortificada desde há muitos séculos, foi ocupada por romanos, árabes e lusitanos que aproveitaram militarmente a sua privilegiada localização geográfica.
Com muralhas bem conservadas e com o núcleo habitacional muito bem cuidado, destaca-se ainda pelas fantásticas vistas que proporciona seja qual for o ângulo que escolhamos.
Depois duma "águinha" fresca numa esplanada e duma breve espreitadela no mapa, escolhemos a estrada mais sinuosa e mais estreita para prosseguirmos a viagem ... por esta altura ainda não sabíamos o nosso destino de pernoita.
E assim foi... subimos à Serra de São Mamede pela EM 1044-2 e, depois de percorridos cerca de 40 kms por entre vales, cumes e encostas de beleza indescritível, parámos na povoação de Mosteiros, retidos pela curiosidade de apreciar a beleza da sua praia fluvial.
Mais um "refresco" numa agradável esplanada junto à Ribeira de Arronches e uma "converseta" com estes dois habitantes que nos deram a dica de ir visitar a "fábrica do carvão".
E seguindo as indicações destes dois nossos novos amigos, chegámos à carvoaria do Emílio Cardoso, bem lá nas profundezas deste Alentejo de montes e já bem na raia da vizinha Espanha.
Fomos recebidos com franca simpatia e amável disponibilidade pelo proprietário Emílio que delegou no seu filho João a responsabilidade da visita guiada.
Ficámos a saber que o carvão é constituído por uma mistura de zimbro e sobro e é tão mais rico quanto maior a quantidade de zimbro pelas suas propriedades de queima.
A lenha é acondicionada em fornos que depois são "selados" com uma parede de tijolo que só é desmantelada depois do processo estar concluído.
Cerca de 6 dias para queimar e outros tantos para arrefecer (menos 1 dia no Inverno) é a duração deste processo de fabrico do carvão.
Imagem dum forno com carvão já feito e em fase final de arrefecimento.
E o destino escolhido a seguir foi a Barragem do Caia porque ... nos apeteceu, só isso !
Não conhecia e fiquei muito bem impressionado com toda aquela massa de água que, batida pelo vento, mais parecia um "pedaço" de mar tal a ondulação que mostrava.
Por lá andava um numeroso grupo de "wind surfistas" aproveitando, certamente, as particularidades daquela albufeira que lhe conferiam, talvez especialmente naquela dia, um "ar marítimo" muito curioso.
Uma foto da minha "menina" para o album das recordações
E o destino sorteado a seguir foi Elvas.
Só que não consegui encontrar a N371 que, pelo mapa, me pareceu mais adequada para o tipo de viagem que gostamos de fazer ...
Tinha intenção de apanhar a N371 e depois vir por uma qualquer municipal até Elvas mas, não sei que raio de voltas dei que não encontrei o diabo da estrada ... e fizemos o que os mortais comuns fazem: N373 abaixo para percorrer os pouco mais de 20 kms até ao nosso destino.
Procurámos as placas com a indicação de "Parque de Campismo" e, ainda bem cedo, nos dirigimos lá... não fazíamos ideia de quanto tempo nos levaria a "montar o acampamento" ... tendas novas, inexperiência de alguns participantes cujos únicos parques de campismo que conhecem são aqueles em que se chega à recepção e se pede a melhor suíte
Neste caso, a tenda do Ilídio que era a mais complicada de "armar"
E depois de algum tempo, eis o acampamento já montado ... ufa !!!
Apesar de serem já quase 20:00, havia ainda luz suficiente para uma volta por Elvas e, sobretudo, satisfazer a curiosidade de conhecer o renovado Forte da Sª da Graça.
Por ser 2ª feira, estava encerrado mas, mesmo assim, valeu a pena pelas vistas que dali se podiam observar. No caso, o Aqueduto da Amoreira, que com os seus mais de 8 kms de extensão, é o maior da península ibérica.
E aqui, o forte de Santa Luzia que, juntamente com os fortes de S. Pedro, da Piedade, de S. Francisco e S. Mamede, faz parte do complexo de fortificações da Praça Forte de Elvas, palco de importantes episódios militares, nomeadamente durante a Guerra da Restauração no Sec XVII.
Vista da parte superior do Forte de Nossa Senhora da Graça recentemente recuperado.
E como não pudemos entrar por estar encerrado, movimentámo-nos pelas muralhas como se fôssemos invasores castelhanos para obter as fotos possíveis
Eis os 4 "sitiantes espanhóis"
Regressados à cidade, era tempo de dar uma volta a pé e procurar um sítio para jantar ...
Eis uma foto da Casa da Cultura, na Praça da República.
e a Sé Catedral ...
Na ficha de inscrição para o 1º Lés-a-Lés dos Lesmas constava a informação de que se pouparia nas dormidas mas na bucha nunca ...
E assim dei instruções ao Ilídio: Procura aí no Trip Advisor o melhor tasco para jantarmos
E foi assim que acabámos sentados na Adega Regional a comer um belíssimo bacalhau
Estava ainda programada uma ida a Espanha para ver as "chicas" mas, como o parque fechava às 23:00 ... decidimos, muito contrariados, ir descansar com instruções ao João Machado para nos acordar pelas 07:00.
Só que nos esquecemos de avisar a passarada ... e ainda não eram 06:00 já os melros, pintassilgos, pombas e rolas, verdelhões e bicos-de-lacre, ... começaram a cantarolar e não mais tivémos sossego.
Conclusão, às 07:02 tínhamos já as tendas arrumadas em cima das motas e houve mesmo que acordar o guarda nocturno para abrir o portão e deixar-nos sair.
Saímos em direcção a Espanha pela N4 com intenção de rumarmos a sul junto ao Guadiana ... e aproveitei para fotografar o aqueduto mais de perto...
Chegados à fronteira do Caia, onde tomámos o pequeno almoço na área de serviço, fomos informados que, para rumar a sul junto ao Guadiana, teríamos que entrar em território espanhol e só lá para Mourão seria possível voltar a terras lusas ...
Decidimos voltar atrás e tomar a N373 em direcção a Juromenha.
Em boa hora decidimos fazer o desvio pela localidade pois ficámos a conhecer o seu forte que foi, durante a já referida Guerra da Restauração, uma importante defesa e considerada uma das chaves da fronteira alentejana.
Situada sobre o Rio Guadiana e a ele sobranceira, está num estado de abandono que me deixou alguma pena pois... gasta-se tanto dinheiro em tanta porcaria ...
Somos um pequeno país, com escassos recursos mas...
Vale pelas fotos num belíssimo dia de Primavera
E os felizardos Lesmas que puderam conhecer e visitar um monumento importante na história do nosso país.
De novo na estrada e, alguns kilómetros depois, vejo uma placa a indicar Mina do Bugalho ... "dever ser interessante" pensei eu e lá fui com a rapaziada atrás de mim certamente a comentar com os seus botões" para onde vai este doido agora?"
Pois bem, Mina do Bugalho ou como também é conhecida São Brás dos Matos, foi uma excelente surpresa
Uma pequena freguesia com jardins arranjadíssimos, as típicas casas alentejanas caiadas de branca alvura...
Precisávamos de comer alguma coisa pois o pequeno almoço na área de serviço do Caia tinha sido apenas um café ou galão e um pequeno bolo ...
No bar da Associação de Cultura e Recreio pedimos 4 sandes e uma garrafa de vinho ... só tinham 3 pães mas garrafas tinham mais ...
e "olhapranós" a tomar o segundo pequeno-almoço
Bem... e de novo na estrada ... andámos meia-dúzia de kilómetros e, num cruzamento, uma placa "Rio Guadiana" a apontar para a esquerda ...
Para a direita íamos para Monte do Outeiro e Monsaraz ...
Que é que eu faço? ... como sempre, escolhi o pior caminho e, depois de 9 kilómetros com o GPS a dizer-me que estava no "Caminho Agrícola de não-sei-quê" chegámos à exploração pecuária deste nosso amigo que nos disse não sermos os primeiros a ir ao engano" !!!!
Acabámos por ter uma boa conversa com o produtor de porco preto alentejano que nos explicou que cerca de 80% da sua produção vai para Espanha ... e que depois lhes compramos as "peças de porco preto" já processadas
E o Rio Guadiana, de facto, estava lá mas era preciso percorrer um caminho de terra batida sem condições de circulação para as GS's do Ilídio e do João Machado ... eu com a minha traineira e o Narciso com a sua FJR não teríamos tido problemas... é o problema de não querer deixar os amigos em casa
Bem, depois da conversa e dos agradecimentos, voltámos atrás...
E de novo na estrada para prosseguir o 1º Lés-a-Lès dos Lesmas
O próximo destino era Monsaraz mas lembrei-me que, ali perto, havia o Menir do Outeiro, um dos mais importantes da Península Ibérica pelo seu tamanho.
Com cerca de 5,5 metros de altura e mais de 8 toneladas é bem visível na planície alentejana.
E num instante chegámos a Monsaraz, essa bonita localidade alentejana muralhada e conquistada ao mouros pelo conhecido Geraldo Sem Pavor, em 1167.
O seu castelo desempenhou durante séculos o papel de sentinela do Guadiana.
Uma das ruas de Monsaraz
Dada a sua posição altaneira, semelhante às fortalezas da raia, é possível das suas muralhas observarem-se as longas planícies agora aqui e ali cobertas pelas águas da albufeira do Alqueva que se espraia por muitos milhares de kms2, fazendo com que seja o maior lago artificial de toda a Europa ocidental.
Como curiosidade, Monsaraz é o único castelo que conheço onde se fazem touradas ...
e de novo OS LESMAS na foto pró poster ...
Mais outra perspectiva das vistas que era possível observar das muralhas de Monsaraz.
E de Monsaraz decidimos ir almoçar a Barrancos
os cerca de 65 kms que nos separavam desta afamada terra alentejana, eram exactamente à medida de que lá chegássemos na hora de almoço
Pela N385 e depois da Amareleja pela N386, o percurso foi feito sob calor intenso e em ritmo de passeio como, aliás, o tinha sido feito até ali.
Barrancos, pequena vila do distrito de Beja, é dos menos povoados do nosso país e situa-se mesmo junto à fronteira com Espanha.
Demos uma pequena volta pela vila, mais em jeito de procurar sítio para comer do que para visitar pois as ruas estreitas e muito inclinadas, não propiciavam o sossego necessário para andar de mota e apreciar "as vistas"
depois de almoço, eram quase 14:00 quando nos fizemos à estrada de novo ...
Infelizmente, não percorremos mais que 76 kms, os suficientes para que, em Vales Mortos, um "toque" da FJR do Narciso na roda traseira da GSA do João Machado, ter atirado com a mota e condutor ao chão, felizmente sem gravidade.
No entanto, o pára brisas e espelho retrovisor partiram e decidimos não prosseguir viagem assim.
Assistência em viagem solicitada, boleia na minha "traineira" (finalmente o Narciso pôde andar numa mota a sério ) e voltámos para Norte.
Paragem para jantar em Águas de Moura com intenção de ver Portugal ganhar à Islândia mas ... a coisa não correu bem também para eles
Um destes dias voltaremos para recomeçar onde acabámos
Sugiro que quando regressarem, recomecem exactamente onde acabaram, no almoço, depois é que se metem à estrada!
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