quinta-feira, 19 de outubro de 2017

REFLEXÃO DO DIA

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TANCOS:

Não se chegou a saber se sequer houve roubo … o exército e os seus “Coronéis do Engenho” apenas suspeitaram que podia ter sido roubada qualquer coisa porque existiam indícios de arrombamento.

Agora, com a “ devolução” de material de guerra que, supostamente seria do nosso exército, não sabem o que lhe fazer … no limite, pode mesmo ter sido roubado a forças armadas de outro país cujos stocks estivessem também errados… ou então os talvez ladrões tenham chegado à conclusão que nada daquilo lhes servia para fins criminosos e podiam mesmo aleijar-se ao manusear tal equipamento por obsoleto.

Sinto-me envergonhado é o que se me suscita ... vergonha por perceber que, afinal, "aquilo" não é de ninguém e como tal, o "ninguém" é o responsável.

E não me venham dizer que foi o Estado que desinvestiu nas Forças Armadas ... com pouco ou muito orçamento o mínimo que estes "Coronéis do Engenho" devem fazer é zelar pelo que existe.

É uma pergunta retórica mas: Se não existissem vestígios de arrombamento, com a rede cortada... alguém teria posto sequer a possibilidade de ter sido feito um assalto?

INCÊNDIOS:

Já tanto se disse e escreveu que pouco posso acrescentar … no entanto, tenho a declarar que não sou adepto da “Teoria da Conspiração” e acho que o que se tem passado resulta da conjugação de muitos e infelizes factores e pouco ou nada tem a ver com os “interesses” de que tanto se fala.

“Penso eu de que”:

25% dos incêndios resultam de negligência e os restantes 75% distribuídos por causas naturais e criminosas.

Desde o tipo que se divorciou e não aceita a separação, o outro que por vingança do vizinho ateia, o pirómano, o bêbedo, o tipo que se quer descarregar a frustração depois duma noite de copos em que levou uma lambada de alguém, o aspirante a bombeiro que quer ser o primeiro a chegar, … de tudo um pouco acho eu.

Não vejo, sinceramente, que os madeireiros, os fabricantes de ração, os vendedores de combustível, os especuladores imobiliários, … sejam os representantes dos “interesses”.

Lembro-me bem que, em miúdo os pinhais tinham sempre gente … eram os resineiros, os proprietários que andavam à lenha ou a roçar o mato… 
Agora estão abandonados e grande parte dos caminhos (serventias como ainda lhes chamam nas aldeias) já não se consegue passar nem de tractor pois foram tomados de assalto pelas silvas e mato.

Quando havia um incêndio, o sino da igreja tocava a rebate e a população acudia com o que podia… baldes, regadores, enxadas, machados que serviam para cortar vegetação, abrir caminhos … e à chegada dos bombeiros íamos com eles nos Unimogs da guerra colonial, velhos Land Rover e auto tanques ligeiros Mercedes que igualmente tinham já servido para transporte de tropas no Portugal Ultramarino de outrora, mostrando-lhes os caminhos para chegar ao “coração” do fogo.

Recordo que os bombeiros tinham no seu arsenal de material de combate a incêndios, umas “esfregonas” que não eram mais que um pau e na sua ponta pedaços de mangueira velha que serviam para bater na terra e apagar as chamas …
Claro que o mato era rasteiro e a única vegetação mais alta que os homens eram os pinheiros e os eucaliptos… não como agora em que o abandono das florestas tornou o mato alto o seu verdadeiro dono.

Nunca os bombeiros tiveram tanta gente, tanto e moderno material… meios aéreos ao seu dispor e, no entanto, Portugal arde como se de uma fatalidade se tratasse.

Não tenho a solução, não faço ideia de quem a tenha mas gostaria de deixar para os meus filhos e para os seus filhos um país pelo menos tão bonito como o que encontrei.


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