segunda-feira, 8 de agosto de 2011

IDA A BERLIN - BMW MOTORRAD WERK

Olá a todos.
Apesar de já terem decorrido alguns anos (a viagem foi em Junho de 2008), decidi revisitar o tema e postar algumas fotos.
Lamentavelmente, não tomei nenhumas notas durante a viagem (nabo !!!! ) mas tentarei, o melhor que me for possível, contar como foi.




Moi-même à entrada da BMW Werk Berlin

Bem, então foi assim:


Dou umas espreitadelas no site do BMWMotoclube do qual sou sócio e apercebi-me que do Programa de Eventos 2008 constava uma visita á "maternidade", a realizar nos dias 5 a 10 de Junho de 2008.


Comecei logo a "fazer contas de cabeça" ... as datas eram possíveis, o orçamento estava dentro dos limites que tinha por razoáveis, ....
E a decisão foi tomada logo que me apercebi que havia mais 3 "ganda malucos" que queriam ir de moto ... estava decidido. Ia mesmo a Berlin de moto para visitar a BMW MOTORRAD WERK BERLIN.!!!!

Primeiro dia: Terça feira 3 de Junho

Combinaram-se as coisas em 2 ou 3 mensagens no forum e, no dia combinado, 3 de Junho, encontrar-nos-iamos em Vilar Formoso cerca das 10:30.
O grupo de Lisboa, constituído pelo Zé Cunha e António Torres saiu pelas 6:30 e vieram, pela A23 até ao ponto de encontro.
Eu, como moro mais perto, apenas saí de Coimbra pelas 8:00.
Quando cheguei a Vilar Formoso, já lá estavam ambos e, após "dois dedos" de conversa e um café, ... toca de abalar cerca das 11:00.
O tempo estava seco embora frio, com cerca de 15 graus.
Começámos a rolar pela conhecida E-80, das visitas aos Pinguins, o Zé Cunha com a sua "artilhada" GSA, o António Torres com a sua quase nova 1200 RT e "moi-même" com a "velha companheira" 1150 RT ... Ciudad Rodrigo, Salamanca, Valadollid, ... onde "demos ao bigode" pelas 13:20 horas de Espanha, ...Burgos, e .....
Um pequeno contratempo ... o Zé Cunha furou a seguir a Burgos .... seguimos em marcha lenta até Briviesca, uma pequena localidade entre Burgos e Miranda de Ebro onde nos disseram que "la ay talleres de motos".
E sabem que mais?....há sempre um português mesmo em sitios onde Jesus Cristo nunca passou nem sequer pensou em visitar... pois é isso mesmo, em Briviesca o mecânico era português, natural da zona de Braga e há uns anos radicado naquela pequena localidade espanhola.
Eis o Ricardo "de volta" da GSA do Zé Cunha.


E depois do pneu reparado, os sorrisos voltaram ....


Nesta foto o Zé Cunha, eu próprio e o António Torres

Prosseguimos viagem com o natural atraso provocado pelo furo e sempre pela E-80 até San Sebastian e atravessámos a fronteira em Irun-Hendaye.
Já em França, decidimos que, embora estivesse previsto andar mais uns kms, o melhor seria pernoitar em Bayonne, onde aguardaríamos pelo 4º elemento, o Mário Cândido, onde chegámos cerca das 19:00.
E assim foi, naquela pitoresca cidade costeira francesa, o local que arranjámos para pernoitar foi o Hotel Côte Basque, outrora concerteza um hotel charmoso mas que, nesta altura, as suas condições já não estavam de acordo com os tempos modernos.... escadas em madeira "rangedora", elevador de grades que há muito não via, ... o suficiente para dormir e descansar um pouco pois eu tinha feito cerca de 815 kms mas o Zé e o António tinham mais 200 pelo menos.


O Hotel Côte Basque


A bonita estação de comboios de Bayonne


Segundo dia de viagem - Quarta-Feira dia 4 de Junho

Tínhamos combinado sair pelas 7:00 mas o atraso do António que lhe valeu um puxão de orelhas, só nos permitiu sair às 7:20.
O António é um curtido ... estávamos sempre a rir...senão era por causa duma graçola minha era por causa do António que, depois de ter posto o capacete, apertá-lo, calçar as luvas, ajustá-las, sentar na moto e apertar o casaco e respectivo cinto ... e só depois dar conta que não tinha a chave....ahahahhaha.....



Aqui não se esqueceu de nada .. apenas de telefonar a alguém ...

Nessa altura já estava connosco o Mário Cândido que tinha saído no dia anterior de Lisboa pelas 21:00 e que, recordo, me disse que talvez não tivesse ficado bem em todas as fotos dos radares pois na parte final estaria já com um certo ar de cansado ... ehehehhe.
Quando saí do quarto encontrei-o a dormir num pequeno sofá da recepção...tinha chegado cerca das 5:00 ... ufa !!!
O Mário fazia-se transportar numa bonita K1200 que seguia habitualmente à minha frente e que tinha um "ronronar" delicioso.


"Eize-a"

Em direcção a Bordeaux, Périgueux, … passando a sul de Paris para evitar o seu sempre complicado trânsito, … passámos ao lado de Clermont-Ferrand, seguimos em direcção a Besançon …. com o cuidado de rolar a velocidades que nos fizessem estar dentro dos limites legais (130 kms/h em França) e que nos permitissem conduzir sem stresses.
Convém aqui dizer que a meteorologia, apesar de em alguns momentos parecer desfavorável, contámos com a preciosa ajuda do S. Pedro.
A nossa viagem estava “atrasada” dois dias em relação a fortes chuvas e tempestades que tinham assolado quase toda a Europa nos 2 dias anteriores. Eram bem visíveis ainda os seus sinais nos rios que ainda transbordavam, nas ribeiras que tinham galgado as terras ao longo do seu percurso, …. Evidentes sinais de chuvas e ventos fortes com àrvores caídas ao longo das estradas, pedras arrastadas pelas águas que escorreram pelas encostas mais despidas de vegetação.
Até ali, apenas na travessia das serras bascas, perto de Vitoria-Gasteiz-Bilbao, tínhamos sido surpreendidos por chuvas intermitentes que nos faziam vestir e despir os fatos de chuva … chegámos até á conclusão que, desde que os tivéssemos vestidos, não choveria de certeza pois de cada vez que os vestíamos a chuva parava … logo que os arrumávamos nas malas, …. A chuva voltava ….
A temperatura naquela zona estava um pouco fria mas em condições ideais para viajar de moto, entre os 15 e os 18 graus …. Maravilha !!!!
Em França, a temperatura começou a subir até se tornar mesmo desagradável … a estrada que tomámos de Bayonne para a fronteira franco-alemã, a E-60, era algo monótona e, com o calor, revelou-se uma jornada difícil.
Bom .. chegámos a Mulhouse por volta das 17:30 após  cerca de 1.050 kms percorrido em ritmo mais ou menos elevado … ainda não tinha referido aqui que a velocidade habitual rondava os 130-140 kms/h, com especial cuidado na zona francesa por causa do rigoroso limite de 130 kms/h nas auto-estradas.




Perspectiva de Mulhouse
Situada na zona da Alsácia, é uma relativamente pequena cidade situada a 15 kms da fronteira franco-alemã e a uns 120 kms a sul de Estraburgo.
Inicialmente conhecida por ser uma região rica em indústrias têxteis, hoje é um importante pólo industrial muito por “culpa” da Peugeot que lá fabrica inúmeras viaturas em várias fábricas com cerca de 12.500 operários.
Tem ainda na cidade o conhecido  Museu do Automóvel Schlumpf, com perto de 2.500 m2 e  cerca de 400 viaturas expostas ....
Dirigimo-nos a um hotel que “tresandava” a bom aspecto e com preços condizentes … cerca de 150,00/quarto … o Zé e o Mário ficavam num quarto e eu ficaria noutro com o António não fosse a “mania” deste em querer dormir sozinho …

Estava a custar-me “os olhos da cara” dar 150,00 para dormir e tomar um duche … atravessei a estrada e a cerca de 200 mts encontrei um hotel tipo “Formula 1” em que não há atendimento humano, o check in é feito numa máquina,  … e dormi e tomei o duche por 25,00 …
3º dia de viagem 5 de Junho de 2008, quinta-feira
A etapa que se avizinhava era relativamente mais fácil atendendo ao numero de kms a percorrer … apenas cerca de 860 kms.
Não contávamos era com o trânsito intensíssimo que aquelas estradas têm. Pudera !!! …  estávamos no centro da Europa, onde tudo acontece, tudo se fabrica e tudo se transporta em longas filas de camiões ….
Aqui já na Alemanha, depois de abastecer a moto, a abastecer umas maçãs ....
As malas de pizza da GSA do Zé também não ajudavam a serpentear por entre o trânsito, por vezes parado em filas causadas pelas “estradas sempre em obras da Alemanha” …
Saímos de Mulhouse em direcção a Karlsruhe, parámos perto de Sinschein para abastecer e … refiro esta localidade alemã pois é um local a visitar mais demoradamente porque é lá que está instalado o Museu da Tecnologia Alemã … há de tudo, mas mesmo de tudo !!! …. Desde automóveis, máquinas de construção,. Caterpillars, tanques de guerra, aviões, barcos, … há mesmo um exemplar do Concorde e outro do seu irmão-gémeo russo, o TUPOLEV 144 ….
O Concorde
O Tupolev 144 Russo

BergPanzer


O nosso conhecido Canadair

A estrada em que circulámos bem junto ao Museu do Automóvel e da Tecnologia
Continuámos a rolar em território da ex-RDA para Numberg, Leipzig, …. Por vezes, avistávamos da estrada ainda sinais do isolamento desse país, … vedações, torres de vigia, bunkers, ….

O tempo estava agradável mesmo até com um pouco de calor e seco … temperaturas que rondavam os 26º que se tornavam quentes com os fatos que, obviamente, levávamos vestidos.
Finalmente, depois de cerca de 2.850 kms chegámos ao hotel Altershof a Berlin cerca das 17:00 e, curiosamente, poucos minutos depois, chegavam também os motorraders de Leiria que tinham saído um dia antes de nós para fazerem a viagem mais descansadamente: os manos Martins (Ary e Joaquim) e o Mário Gaspar, montados numas bonitas 1200 RT.


Nesta foto o Mário Cândido, eu próprio e o Zé Cunha à chegada ao hotel

O resto do dia foi ocupado em tomar um retemperador banho, arrumar as coisas e dar uma passeata pelas ruas que circundavam o Hotel. Este situa-se bem perto da Kurfürstendamm, conhecida rua comercial de Berlin onde estão presentes as lojas e stands das marcas mais famosas e ainda da Galeria Comercial KaDeWe …. Com o metro mesmo ali á mão.


Imagem da Kurfurstendamm Strasse

Berlin é uma cidade excelentemente organizada (ou não fosse alemã) e com uns transportes públicos eficientíssimos … metro e bus sempre “in time” e bastantes.
Em qualquer paragem de bus se podiam ver nos mostradores electrónicos todas as informações necessárias aos seus utilizadores … próximo bus, destino, tempo de demora, etc…
4º dia de viagem 6 de Junho, sexta-feira
Visita á Fábrica
O tão aguardado dia de visita á “maternidade” chegou.
Estava combinado que nos encontraríamos na BMW MOTORRAD WERK BERLIN pelas 9:00 o que não foi difícil ... como já disse a cidade está organizada e o trânsito flui sem problemas.
Já lá nos esperavam o presidente do BMWMotoclube na altura, Pedro Jacques e esposa, o Pedro Branco e esposa que viajava pela Europa na autocaravana e ainda os dois casais "aviónicos", Francisco e Rute e Paulo e Maria.
A fábrica é um edifício em tijolo, magnificamente conservada e que rapidamente nos transporta para os anos 30 pela sua configuração

 
Aqui o António Torres e o Mário enquanto aguardavam a entrada na Fábrica
Inicialmente a BMW (BAYERISCHE MOTOR WERK – Fábrica de Motores da Bavária) dedicava-se á construção de motores para avião (daí o seu símbolo ser uma hélice com as cores da Bavária).


 No entanto, a proibição do seu fabrico durante cinco anos pelo Tratado de Versalhes após a 1ª Grande Guerra, levou a que os responsáveis da fábrica optassem por direccionar os seus esforços para a construção de motos. Assim nasceu a 1ª moto BMW a famosa R32 em 1923, concepção de Max Friz chefe de construção da empresa e que foi a sensação do Salão Automóvel de Berlin nesse mesmo ano.

A R32
A visita começou com uma pequena palestra dum jovem engenheiro alemão, que comunicava connosco em “ingalês” gutural como só os alemão sabem produzir … o “ingalês” dos espanhóis também não é mau … ehehehhe … e que nos recebeu numa espécie de sala de exposição moderna, com écrans onde passavam imagens da história da BMW, da fábrica, dos seus modelos, etc…

Esta sala estava ocupada por vários modelos de motos, motores, suspensões, transmissões, … que funcionavam em corte para que os visitantes se pudessem aperceber como era o funcionamento, “por dentro”, de toda aquela tecnologia.

Um motor boxer que equipa as R
Assim, era possível ver um “boxer” a trabalhar cortado ao meio, ver uma transmissão a rodar com a sua blindagem cortada, uma suspensão a ….

Uma embraiagem

A fiável transmissão por cardan das nossas BMW

Mais uma perspectiva da transmissão


Um motor de 4 cilindros que equipa os modelos K
Para quem gosta destas coisas,… bielas, cambotas, pistons, parafusos e porcas fica maravilhado.
Visitámos “apenas” a parte da fábrica que construía as R’s e as K’s … a parte das LT não estava disponível para visita pois especulava-se que estaria já a ser produzido o novo modelo. Fomos informados que nessa linha trabalhavam apenas 3 ou 4 operários pois o modelo estava em “fim de linha” e as encomendas eram já reduzidas.
Para este novo modelo falava-se num motor de 6 cilindros, cerca de 1800 cm3, … para combater a Gold Wing da Honda …
Sabemos hoje que o novo modelo, lançado cerca de 1 ano depois, é uma bela moto de “6 zylinder”  em linha !!!! …. E 1600 cm3 …. Fantástica.

Bem, e começámos a visita reparando que, lá dentro, o ambiente era nada condizente com o aspecto exterior que, recorde-se, nos fazia recuar ao inicio do século: parecia estarmos num bloco operatório tal o aspecto esterilizado, limpo e organizado como tudo estava.
Fiquei também surpreendido por ver que a linha de montagem estava organizada de forma aleatória, i.e., pensei que seria montadas X R’s, depois Y K’s, etc… mas não… estavam todas misturadas e era possível ver uma GSA antes duma K1200 por exemplo…
Acompanhei a montagem duma GSA com encomenda para um concessionário da África do Sul, e com “full-extras”.
O quadro aparece na linha, é-lhe montado o motor, começa a tomar forma com depósito, guarda-lamas, rodas, cablagens, …. Enquanto vai avançando por entre secções onde se aprontam operários para a sua passagem e já munidos das peças que lhe irão dar a forma final … estes estavam já informados pelo sistema informático do que “aí vinha” … e isso permitia-lhes estar já preparados.
A “linha” era abastecida continuamente por empilhadores com caixas de peças que não deixavam nada faltar … curioso poder ver algumas das peças que compõem as nossas motos, … e que, pelo seu preço, nos deixam á beira dum ataque de nervos quando precisam de ser substituídas …. Mas ficámos a perceber melhor porque é que as nossas motos são tão caras.
Em determinada secção da linha e quase já na sua fase final de montagem, um  alemão com pelo menos 2 mts de altura, tirava, de vez em quando e de forma que me pareceu absolutamente aleatória, uma das motos que encaminhava para uma câmara, fechada mas com grandes janelas envidraçadas. Lá ligava uma série de cabos á moto e procedia a diversas experimentações … aceleração, controlo de ruído, travagens violentas em cima duns rolos mecânicos… recordo ter brincado com a situação ao dizer que aquele sujeito, que calçava pelo menos o 50, não precisaria que a sua moto tivesse travões, quanto mais ABS … os seus pés se encarregariam de a imobilizar em poucos metros… ehehehhehe
Foi muito interessante ver todas aquelas motos a tomarem forma, avançando, subindo para uma linha mais elevada, descendo novamente e virando para novas secções onde os retoques finais eram aprontados,…  até acabarem numa zona de embalagem.
A visita durou “apenas” cerca de 1 hora mas um momento inesquecível e que a todos nos deixou muito bem impressionados.
Não foi possível obter fotos na zona da fábrica por não termos sido autorizados a fazê-lo ... coisas de alemães que nem os telemóveis com câmara nos autorizaram a levar. (devem ter pensado que alguns de nós eram japoneses disfarçados …. Eheheheh).
As fotos apresentadas aqui foram retirada do site oficial da BMW Motorrad Werk Berlin.
O resto do dia foi passado numa rápida visita á cidade de Berlin. Como tinha lá estado no ano anterior, a memória ainda estava bem fresca e servi de cicerone pela cidade.
Visitámos os principais pontos turísticos como Postdamer Platz, Sony Zenter, Alexander Platz, CheckPoint Charlie, Memorial do Holocausto, Museu Egipcio, Reichstag, e o Muro, claro …. abrindo o apetite para o dia seguinte, sábado, em que teríamos o dia inteiro livre para ver melhor a cidade.

O check Point Charlie posto fronteiriço mais famoso entre as Alemanhas da Guerra Fria

Um aspecto do Muro de Berlin

5º dia de viagem 7 de Junho de 2008 sábado
Dia livre em resumo … aproveitámos para conhecer melhor a cidade e repousar. Uma vez mais voltámos a rolar pela cidade e pudemos, com mais tempo, determo-nos nos monumentos mais importantes.
Recordo a catedral de Berlim bem perto das Portas de Brandenburgo ainda com os vestígios do muro que dividia a cidade.


Die Berliner Dom


Em frente às Portas de Brandenburg
De pé: João Rui Pimentel, Ary Martins, António Torres, Joaquim Martins e Mário Gaspar
Em baixo: Zé Cunha e Mário Cândido

Ao passar estas entra-se na Avenida Unter den Linden (tradução de debaixo das tílias) na parte oriental e que pertencia á ex-RDA, com edifícios típicos da época comunista.
É a principal avenida de Berlin e foi construida sec XVI para ligar o Palácio de Berlin ao Tiergarten.
A avenida é muito ampla e arborizada e na sua parte inicial tem um canteiro central que divide as duas pistas, óptimo para passear, andar de biciclete ou simplesmente para apreciar os turistas que por ali passam.
Nela se situam prédio clássicos e belos como as embaixadas da França, Rússia, Inglaterra e Hungria.
Pela sua grandiosidade, era comummente utilizada para as famosas paradas militares do Bloco de Leste.


É também lá que se encontra a Berliner Staatsoper Unter den Linden, a conhecida ópera de Berlin, que é um belo edifício cuja construção começou em 1741.


A ópera



O Reichtag (Parlamento)


O Museu Egipcio onde se encontram os despojos dos saques das campanhas de Hitler

Ah... e vimos os famosos TRABANT


Claro que nos poupámos um pouco pois nesse dia à noite, jogava Portugal com a Turquia para o Europeu de 2008, no Stade de Genéve, ás 19:45 hora portuguesa.
Eu tinha levado de Portugal duas garrafas de bom tinto e um suculento queijo Serra da Estrela que tinha prometido comer com a rapaziada … nada melhor que escolher um dos muitos restaurantes turcos que abundam pela cidade para “abancar” e ver o futebol.



Com alguma argumentação, lá convencemos os turcos a deixarem-nos beber o vinho e comer o queijo que acabaram também por provar.
A vitória da selecção portuguesa com golos de Pepe aos 61’ e Raul Meireles aos 90’ foram a cereja no cimo do bolo … claro que não festejámos muito exuberantemente pois “não havia nexexidade…”


Cá estou eu a festejar com um amigo turco ... lá fez o frete coitado...ehehehhe
Dirigimo-nos para o hotel e para o seu bonito jardim exterior pois, recordo que estava uma temperatura em Berlin digna dum país mediterrânico.
E por ali ficámos até horas prudentes pois no dia seguinte teríamos que regressar.
6º dia de viagem - 8 de Junho - Domingo
A saída do hotel estava combinada para as 5:00 e foi exactamente a essa hora que os motores lançaram os primeiros gases de escape .... estava o Pedro Jacques connosco para se despedir. Os manos Martins e o Mário Gaspar já tinham "zarpado" no sábado pela mesma razão que tinham vindo um dia antes .. rolar mais descansadamente.

Não há muito a contar àcerca deste início de regresso .. autoestradas alemãs numa madrugada de domingo ... deve ser igual por todo o lado .... ehehehe ... andámos uns bons kms a "dar-lhe gás" pois a estrada deserta a isso convidava ...
Fizémos um percurso diferente do da ida...
Hannover, Bielefeld, Essen, ... entrámos na Bélgica por Liége às 11:30 atravessando este país e às 13:50 já estávamos em  França descendo para sul em direcção a Paris que atingimos  pelas 16:20 ... muito trânsito pelas estradas  tipo circulares externas de Paris ... muitos portugueses que nos acenavam ao perceber que éramos seus compatriotas.

Paragem em Orleans para pernoitarmos após cerca de 1.200 kms, cansados e a pensar já na viagem do dia seguinte.

7º dia de viagem - 9 de Junho - Segunda feira

Saída pelas 6:00 e só ao fim de 1.250 kms voltámos a parar para descansar em Palência
Continuámos para sul pela E5 passando por Tours, Poitiers, Santes e Bordéus ... encontrando aqui a estrada que tínhamos feito no percurso inverso.
Após a entrada em Espanha, e num cruzamento de Auto Estradas (E80 e A15) o António perdeu-se de nós (ou nós dele...) e prosseguimos viagem os 3 até Palência pela E80, onde parámos para descansar e com intenção de prosseguir viagem na terça-feira de manhã, pois estavam já "rolados" cerca de 1.000 kms.

No entanto, após alguns minutos de conversa e porque segundo os meus cálculos estava a "apenas" cerca de 500 kms de casa, resolvi prosseguir viagem depois de abastecer.
Confesso que me arrependi pois aproximava-se uma tempestade que se revelou desgastante e até, em certos momentos, aterradora.
Estava-se em plena greve dos camionistas e as estradas estavam pouco mais que desertas não só pela ausência de tráfego de camiões mas também pelos boicotes que, um pouco por toda a Europa, estava a acontecer ... de maneira que a estrada era mesmo só para mim e para mais "meia dúzia" de utilizadores.
Entre Salamanca e Ciudad Rodrigo, ao atravessar o planalto ibérico, o céu começou a escurecer, a temperatura baixo drástica e abruptamente e começaram a cair uns grossos pingos ... encostei debaixo dum viaduto para vestir o fato-de-chuva por cima do Goretex pois o céu fazia adivinhar uma chuvada daquelas ....
Bem ... confesso que me arrependi 1000 vezes de ter começado esta jornada pois imaginava o Zé Cunha e o Mário Cândido sentados regaladamente na recepção do hotel, com uma "bejeca" na mão e a saborear uns pistachos ou qualquer coisa do género ... e eu a rolar a cerca de 90 kms/h porque a visibilidade era quase nula, o granizo ameaçava partir-me a viseira, o vento fazia com que atravessasse a estrada da faixa direita para a da esquerda ... daaaaaassssseeeee
Obtive refugio numa pequena bomba de gasolina (Galp) onde conversei com o unico funcionário até a tempestade abrandar alguma coisa ... estava ainda a cerca de 50 kms de Vilar Formoso que enfrentei com um sentimento de resignação ...
Em Vilar Formoso ... quem encontro?...sim, é isso mesmo !!! ... o António Torres que estava a acabar de chegar. Estava a chegar também um grupo de motards portugueses de Peniche que tinham ido a Barcelona ver a Formula 1 se não estou em erro.
Um pouco de conversa, alguma coisa mastigada no bar da estação da CP de Vilar Formoso e toca a dar à ignição novamente até casa, desta vez sem paragens que as saudades apertavam e o cansaço ameaçava a cada km percorrido e eram já neste 7º dia mais de 1.460 .... ufa !!!!
E "prontos" .... ainda fui até à sede do MotoTurismo do Centro que estava aberto por ser véspera de feriado onde pude contar a minha aventura sempre ajudado por umas minis que me iam secando a garganta e dando inspiração para o relato.
Uma palavra final para os meus companheiros de viagem.
O Zé Cunha, o António Torres e o Mário Cândido, companheiros no verdadeiro sentido da palavra. Se dizer que com eles faria mais viagens para onde nos apetecesse é sinónimo do agrado que tive ao desfrutar da sua companhia .... então reafirmo-o sim ... voltaria a viajar com eles.
Um forte abraço para todos eles.
João Rui Pimentel

Fotos: Aqui

2 comentários:

  1. Bolas, meu...
    20 minutos no atraso. Ainda por cima, quando aquele hotel tinha um duche que funcionava precariamente.
    O ligeiro atraso tambem foi por essa razao.
    Abraço

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  2. Parabéns meu amigo João, quer pelo Blogue, descrição e fotos desta fabulosa viagem!Só há aqui algo que não gostei, foi não ter sido convidada a participar!lol!Beijos grandes e amigos!Está um espanto...bem haja pela partilha desta maravilha!
    Júlia Tigeleiro

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