segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A MINHA QUEDA PRÁS MOTAS


Pois é… sempre tive uma queda (alguns dizem que é pancada) prás motas … tanto assim que quis experimentar uma queda a sério.



A "pancada" era já antiga ... aqui com a minha filha Patrícia, era eu o orgulhoso proprietário duma Sachs 50 e dum farfalhudo bigode





Em 1993, moi-même com a minha Suzuki GSX1100F atrás dum magnífico exemplar de pinheiro bravo (pinus pimaster) ... raios partam o fotógrafo !!!

A moto que a tinha antecedido foi uma Kawazaki EN 500 de que não tenho fotos ...


Em 2004 adquiri esta bela BMW 1150 RT,
 fiel companheira de muitos kms e outras tantas aventuras


1993 no Piódão, por altura dos Lobos da Neve, à época uma concentração organizada pelo MotoClube da Covilhã 


Nos Lobos da Neve, em plena Serra da Estrela, Fevereiro de 1993
Ao lado,a Africa Twin do meu companheiro de sempre Rui Pai-de-Deus




Em 1993, era eu o inchado proprietário duma Suzuki GSX1100F, de cor azul, com potentes 136 cv e 3 malas Givi que davam para levar toda a tralha que sempre carrego comigo … manias “prontos”.

A concentração de Faro desse ano, a 11ª, realizava-se, como sempre, em Julho e aproveitei o poder arranjar uma semana de férias para essa altura e, com a Lena, à época ainda minha namorada (se ela soubesse o que hoje sabe… já nem isso hoje quereria ser ... eheheheh).

Combinadas as coisas com um casal amigo de Coimbra, com uma GS500, fizemo-nos à estrada no sábado, com destino a Porto Covo, onde tínhamos intenção de acampar no parque de campismo dessa bonita localidade alentejana.



Como estava completo, repleto mesmo, não sendo sequer possível arranjar lugar para as duas pequenas tendas que levávamos, decidimos ir até ao camping da Ilha do Pessegueiro, cerca de 3 kms mais a sul.

A concentração de Faro seria no fim-de-semana seguinte e tínhamos uma semana para poder desfrutar de tudo o que aquela bonita região tem para oferecer: o sol, o mar e as praias, a gastronomia local, a simpatia das suas gentes.
... E foi o que fizemos.


Numa das arribas da costa alentejana

Em Santo André, localidade a cerca de 35 kms donde estávamos, morava um casal amigo e com quem combinámos, um dia, ir comer uma sardinhada a Sines.

Foi “até lhe chegar com o dedo” … sardinha excelente, vinho tinto a condizer e a abafar o hálito a pimentos assados, … uma verdadeira barrigada e sem as preocupações de hoje em dia com o “balão”… nem sequer se falava nisso, portanto, era beber até se achar que já bastava !!!!

Depois do lauto jantar, foi-nos proposto ir até Santiago do Cacém onde, na altura, era famosa uma discoteca que, segundo creio, tinha por nome “Alexander’s” e que, pelo que vi no Google, ainda funciona (um dos raros casos de sobrevivência neste esquisito meio que é a “noite” …).

Mais umas cervejas bem frescas que fizeram com que as minhas amígdalas logo dessem sinal, umas voltas na pista que me fizeram transpirar, … e pelas 5 da manhã resolvemos regressar ao parque de campismo.

Os cerca de 15 kms de Santiago do Cacém até Sines correram bem, pela via rápida, viseira aberta a deixar entrar a refrescante brisa da madrugada … entrei depois na estrada junto ao mar, na altura estreita e com muitas curvas, que se fazem a recomendáveis baixas velocidades … e com alguma neblina que dificultava a visão.

De Sines ao camping da Ilha do Pessegueiro são ainda cerca de 23 kms e, o dia passado em luta com umas ondas fantásticas que me deixaram extenuado, a lauta sardinhada bem regada, o exercício físico duns rock n’roll na Alexander’s, mais umas cervejas, as minhas amígdalas inflamadíssimas, a “ponta de febre” que se tinha assomado, … tudo isto foi uma fatal combinação que fez com que tivesse adormecido em cima da mota …

“Ó João, só tu mesmo !!! … então como é possível um gajo adormecer em cima da mota?” é que me diz a maior parte da malta com quem, meio envergonhado, partilho o episódio.
Disse-me o Fernando, que seguia na GS atrás de mim que “ … só te vi ir a direito ... parece impossível, talvez nem a 50 a gente fosse …”

Não me lembro de nada confesso. Sei que fiquei inconsciente e apenas recordo o acordar com os movimentos dos bombeiros a colocarem-me na maca.
Embora me sentisse tonto, meio zonzo, com as ideias baralhadas, disse-lhes que estava bem e recusei a ida ao hospital.
A moto não estava muito danificada e, para além dos piscas do lado esquerdo, da carenagem e da manete partida desse mesmo lado , tudo me pareceu em ordem… mas não estávamos, nem eu nem ela, em condições de prosseguir viagem.

Pelo que me contaram, os elementos da GNR de Porto Covo foram os primeiros a chegar e, um deles, da Mealhada, gentilmente ofereceu-se para guardar a moto no parque do posto até o reboque da assistência em viagem a levar até á Figueira do Foz, para que o meu amigo Coelho a reparasse.

A 11ª Concentração de Faro já era e restava-me apenas o regresso a casa com a recordação da “esquisita” queda que me deixava mais marcas no orgulho que na moto.

Que raio de coisa me havia de acontecer … adormecer em cima duma moto não lembra ao diabo e o que mais me chateia é que, quando conto a estória, riem-se e pensam que estou a contar uma piada !!!

1 comentário:

  1. Gostei. Ainda bem que tens uma queda para as motos e não uma queda de moto com consequências graves eheheh. Boas curvas!

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